Francisca Pires
Francisca Pires

14/10/2024, 10h


O caso recente de seis transplantados do RJ que testaram positivo para HIV após receberem órgãos infectados, levanta preocupações sobre os riscos da terceirização na área da saúde e o impacto de colocar o lucro acima da segurança e bem-estar dos pacientes. Isso porque, segundo o governo do estado, o erro aconteceu em 2 exames do PCS Lab Saleme, unidade privada contratada, em dezembro do ano passado, pela Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro para fazer a sorologia de órgãos doados em um processo de licitação no valor de R$ 11 milhões.

A questão fundamental aqui é que, ao terceirizar um serviço crítico, como a testagem de órgãos para transplante, é crucial manter padrões rígidos de controle e qualidade. No entanto, há riscos claros quando laboratórios privados, movidos por interesses financeiros, são contratados em detrimento de entidades públicas especializadas. No caso específico, o erro poderia ter sido evitado se o Hemorio, que já tem experiência e estrutura para realizar essas testagens, fosse utilizado, ao invés de um laboratório particular terceirizado.

A situação sem precedentes, como declarou a SES-RJ, expõe os perigos de uma abordagem que prioriza a economia de custos em vez da vida humana, um problema recorrente na terceirização de serviços públicos essenciais no Brasil. O foco no lucro e a redução de gastos frequentemente levam a falhas graves que podem ter consequências devastadoras, como vimos neste caso, onde vidas foram colocadas em risco devido a falhas no controle de qualidade do laboratório privado

Para o Sindsaúde/RN, a tragédia deve servir de alerta sobre os limites e responsabilidades da terceirização na saúde, reforçando a necessidade de investir em infraestrutura e controle nos serviços públicos que lidam diretamente com a vida das pessoas. Por isso, a defesa do sindicato é, e sempre será, em defesa da vida. Em defesa de um sistema de saúde que seja PÚBLICO, UNIVERSAL E 100% ESTATAL.