Fernanda Soares
Fernanda Soares

24/01/2023, 14h


A direção do Sindsaúde/RN esteve, na manhã desta segunda-feira (23), no Hospital Giselda Trigueiro apurando denúncias de problemas estruturais graves. No local, registramos as janelas do ambulatório quebradas, bem como muito material sem uso acumulado no pátio, paredes sujas, infiltrações e mofo. Além disso, foi comprovado que, de fato, o alojamento feminino do ambulatório está com o ar condicionado quebrado.
 
No entorno do hospital a sujeira é tanta que em uma das imagens é possível ver ovos de pombo, o que representa um grave risco sanitário, sobretudo, em um ambiente hospitalar. Além das condições estruturais do hospital, recebemos uma denúncia de uma servidora que vem sofrendo assédio moral no setor de transporte (serviço externo). Segundo o relato da servidora, na qual preferimos preservar a identidade, não só ela, mas também seus colegas estão sofrendo pressão psicológica por parte da coordenadora do setor. “Estamos sendo perseguidos, declarou a servidora que encontra-se muito abalada psicologicamente. 
 
A técnica de enfermagem informou que em seu setor estão trabalhando com muita fiscalização e que não há nenhum tipo de diálogo com a equipe. “A coordenadora só aponta defeitos em nosso trabalho. E tudo isso através de grupo de Whatsapp porque não existe diálogo conosco. Sinto medo quando abro o aplicativo e vejo que tem mensagem dela”, desabafou. Ainda, segundo a trabalhadora, a coordenadora determinou que as visitas que a equipe faz aos pacientes, para agendar exames de rotina, precisa ser registrada para comprovar que a equipe esteve no setor. “Ela não confia no nosso trabalho. Ela determinou que precisamos nos apresentar ao  enfermeiro (a) de plantão e assinar no livro de ocorrência  para que a nossa presença seja comprovada, coisa que nunca aconteceu.  A todo momento sofremos calúnias. Não estou tranquila. Não tenho mais forças. Eu não queria receber presente e nem elogios, apenas ser reconhecida e valorizada pelo meu trabalho”, enfatizou. 
 
A servidora já fez denúncia na ouvidoria do hospital e pediu ajuda ao sindicato para que essa situação seja resolvida. “Sou servidora há muitos  anos e nunca precisei passar por este tipo de humilhação sem direito de defesa. Estou tentando lutar não só por mim, mas também por toda a equipe”, finalizou. Diante do visível abandono da unidade, que precisa de reparos na maior parte dos ambientes, e do grave relato de assédio moral que vem acontecendo na unidade, a direção do Sindsaúde/RN solicitou, por meio de ofício, uma reunião com a direção geral do hospital e sua gerência de enfermagem.  É inadmissível que uma unidade do porte do Giselda Trigueiro esteja nessa situação. Exigimos desde já, inclusive, que o governo do Estado e Secretaria Estadual de Saúde providenciem todos os reparos necessários da unidade para que os trabalhadores e trabalhadoras da saúde consigam exercer suas funções de forma satisfatória, longe de um ambiente adoecedor.