Fernanda Soares
Fernanda Soares

22/03/2023, 13h


Na manhã desta quarta-feira (22), os trabalhadores e trabalhadoras da saúde do município de Natal realizaram uma Assembleia com indicativo de greve com o intuito de aprovar o início da greve da saúde de Natal. No entanto, a situação de insegurança na capital potiguar e os últimos acontecimentos prejudicaram a presença em peso dos servidores. E por isso, após discussão, os trabalhadores e trabalhadoras da saúde presentes aprovaram a convocação de uma nova assembleia com indicativo de greve para o dia 31 de março (sexta-feira), às 9h, com local a se confirmar. Em breve divulgaremos nos materiais de mobilização. 
 
"Nós temos que dar um passo importante e fazer uma grande mobilização em todos os locais de trabalho. Realizar uma ampla Assembleia da categoria e aprovar a nossa greve. Vamos dar o recado ao prefeito Álvaro Dias (Republicanos)  e emparedar esse prefeito que não tem compromisso com os trabalhadores da saúde. Vamos fazer uma greve com grande impacto nessa cidade”, enfatizou Flávio Gomes, diretor do Sindsaúde/RN. 
 
Mas a assembleia também foi palco para fortalecer a discussão da situação da insegurança nas unidades de saúde de Natal.  Algumas trabalhadoras da saúde pediram a fala para denunciar a situação de insegurança nas unidades e a falta de estrutura por parte da prefeitura para enfrentar o caos. 
 
“A UPA de Pajuçara pede socorro”, denunciou uma técnica de enfermagem que relatou que a unidade encontra-se abandonada pela prefeitura e pela SMS. “Estamos sem condições de trabalho, trabalhando sobrecarregados. Não há segurança, pois nem muro existe na unidade. Estamos totalmente expostos à criminalidade, trabalhamos com medo o tempo todo”, desabafa a servidora.
 
A diretora do Sindsaúde/RN, Érica Galvão, lembrou que apesar de estarmos vivendo um agravamento na insegurança em nossa cidade, essa é uma pauta recorrente e sempre denunciada pelo Sindsaúde/RN. “Enquanto a população é prejuducada com a onda de violência e insegurança, como a maternidade Araken que esteve esses dias funcionando de porta aberta sem sequer um patrulhamento da Guarda Municipal, a prefeitura tinha à sua disposição quatro viaturas para garantir a sua segurança. A gente não vê nenhuma reestruturação do serviço de saúde por parte da prefeitura para nos dar segurança e prestar melhor assistência ao usuário. A insegurança não é de hoje. É uma realidade cotidiana nas unidades de saúde de Natal”, enfatiza Érica Galvão. 
 
Na ocasião, também foi aprovada a realização de uma live do Sindsaúde/RN para explicar com mais profundidade a Campanha Salarial 2023 e a Data-base da categoria. Também ficou encaminhado que o setor jurídico irá protocolar uma  denúncia ao Ministério Público exigindo que a prefeitura garanta segurança nas unidades de saúde, além de articular novas intervenções jurídicas a respeito dos cortes das gratificações dos servidores.