Trabalhador terceirizado, há quatro meses sem salário, tenta suicídio em Caicó
A empresa JMT conseguiu adiar a audiência que ocorreria na última terça-feira, 10 de julho na Procuradoria Regional do Trabalho
Fernanda Soares
12/07/2012, 10h
A empresa JMT conseguiu adiar a audiência que ocorreria na última terça-feira, 10 de julho na Procuradoria Regional do Trabalho. Alegando falta de agenda a empresa conseguiu remarcar a reunião para o próximo dia 23 de julho. Trabalhadores que estavam vindo de todo o estado tiveram que abortar suas viagens, em alguns casos, do meio do caminho. A audiência tratou apenas dos problemas da empresa Safe, que até então, são menores.
O objetivo da audiência era tentar resolver os atrasos de salários e o pagamento de outros benefícios que os funcionários vêm tendo para receber. Há lugares do RN em que alguns trabalhadores já estão há quatro meses sem receber.
A empresa Safe possui contrato com a Sesap referente aos grande hospitais de Natal como Walfredo Gurgel e Santa Catarina; já a JMT é responsável pelos hospitais regionais e o Samu Metropolitano, além da Saúde Municipal de Natal. As empresas são responsáveis pela mão de obra dos setores de limpeza, nutrição e também por maqueiros e alguns motoristas.
As empresas alegam que os atrasos devem-se a falta de capital de giro causado por dívidas que o estado mantém com ela referentes ainda a 2010. Em Caicó trabalhadores já cruzaram os braços. Muitos funcionários que atuam nos hospitais de Mossoró prometem estar presentes na reunião desta terça-feira.
Situação é preocupante no Seridó
Desde o dia 2 de julho os trabalhadores da empresa JMT que prestam serviço para a Secretaria Estadual de Saúde, em Caicó, estão de braços cruzados. A ação extrema deve-se a atraso de até quatro meses nos salários dos trabalhadores.
A situação é tão difícil que há pessoas com problemas depressivos. Uma pessoa já tentou suicídio e tantos outros estão ameaçados de despejo.
Eles se reúnem nesta quinta-feira, 12 de julho para definir a data de um protesto na cidade. A provável data é 16 de julho, próxima segunda-feira.
A pauta de reivindicações dos trabalhadores inclui:
1) Regularização dos salários em atraso de abril a julho de 2012;
2) Pagamento do vale-alimentação (em atraso há seis meses);
3) Atualização das férias vencidas;
4) Pagamento do adicional noturno (em atraso há quatro meses);
5) Pagamento do adicional de insalubridade;
6) Direito ao descanso de uma hora no intervalo do almoço;
7) Pagamento da licença-maternidade.
Outros locais estão enfrentando problemas também. A JMT vem atrasando os salários em todo o estado. Em breve, outras localidades deverão aderir ao movimento.
Problemas sindicais
Os trabalhadores destas empresas há tempos enfrentam problemas de atrasos de salários e não cumprimento de acordos coletivos. Como atuam nos hospitais públicos, aos poucos foram se articulando junto ao Sindsaúde. Entretanto, em uma decisão da PRT em 2011 os trabalhadores foram vinculados ao Sipern (sindicato dos profissionais da saúde privada). Mesmo não se sentido representados por ele, os trabalhadores acataram a decisão, mas muitos permaneceram filiados ao Sindsaúde para aproveitar os benefícios que o sindicato proporciona, como assessoria jurídica, área de lazer e planos de saúde. Entretanto as empresas vêm desfiliando os trabalhadores sem o consentimento deles, ferindo o estatuto da entidade.