Fernanda Soares
Fernanda Soares

23/09/2014, 14h


Desde o início de julho, os técnicos em radiologia do Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, estão trabalhando sem aferição da radiação a que ficam expostos devido a falta de dosímetros, equipamento de proteção individual indispensável para quem trabalha exposto à radiação ionizante.

Segundo a portaria 453/98, do Ministério da Saúde, todos os que trabalham expostos à raios-x devem usar, durante sua jornada de trabalho e enquanto permanecer em área controlada, um dosímetro individual de leitura indireta, e este deve ser trocado mensalmente, o que não vem sendo feito. Para o Sindsaúde, a falta do equipamento é mais um reflexo do corte nos repasses à saúde pública pelo governo estadual.

O controle mensal das doses de radiação é necessário para que não se ultrapasse os limites de radiação diário, mensal e anual determinados pela vigilância sanitária. "Estamos colocando nossa saúde em risco. A radiação não tem cheiro, não é visível a olho nu e não dói. Porém os resultados, embora não imediatos, podem ser drásticos. Pode resultar em câncer para o profissional", relata um técnico em radiologia do hospital, que prefere não se identificar.

De acordo a Vigilância Sanitária, os profissionais, se expostos excessivamente à radiação ionizante, podem ser afastados do serviço. Uma interrupção atingiria não só os serviços de ortopedia, mas suspenderia todos os exames de raios x, tomografias e arco cirúrgico, raios x no leito e nas UTIs, afetando diretamente o atendimento à população.