Fernanda Soares
Fernanda Soares

10/10/2014, 17h


Desde o início de julho, os técnicos em radiologia do Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, estão trabalhando sem aferição da radiação a que ficam expostos. Após a denúncia feita pelo Sindsaúde, a diretora geral do Deoclécio, Adriana Macedo, afirmou que os novos equipamentos chegariam na primeira semana de outubro. A declaração foi feita ao Jornal de Hoje, no dia 25 de setembro,

Nesta sexta-feira (10), o Sindsaúde-RN entrou em contato com a direção do hospital e foi informado que a Sesap havia enviado um e-mail, no mesmo dia, para a unidade alegando que ainda estão providenciando e não há previsão de chegada dos aparelhos.

Segundo a portaria 453/98, do Ministério da Saúde, todos os que trabalham expostos à raios-x devem usar, durante sua jornada de trabalho e enquanto permanecer em área controlada, um dosímetro individual de leitura indireta, e este deve ser trocado mensalmente, o que não vem sendo feito. Essa situação é a consequência da não-liberação dos repasses financeiros pela Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças (Seplan) para efetuar os pagamentos aos fornecedores.

O controle mensal das doses de radiação é necessário para que não se ultrapasse os limites de radiação diário, mensal e anual determinados pela vigilância sanitária. "Estamos colocando nossa saúde em risco. A radiação não tem cheiro, não é visível a olho nu e não dói. Porém os resultados, embora não imediatos, podem ser drásticos. Pode resultar em câncer para o profissional", relata um técnico em radiologia do hospital, que prefere não se identificar.

De acordo a Vigilância Sanitária, os profissionais, se expostos excessivamente à radiação ionizante, podem ser afastados do serviço. Uma interrupção atingiria não só os serviços de ortopedia, mas suspenderia todos os exames de raios x, tomografias e arco cirúrgico, raios x no leito e nas UTIs, afetando diretamente o atendimento à população.