Fernanda Soares
Fernanda Soares

23/09/2022, 11h


No último dia 21, destinado à paralisação nacional de 24h da enfermagem, profissionais do Hospital Deoclécio Marques enfrentaram grandes dificuldades para aderir ao movimento. O Sindsaúde/RN recebeu a denúncia de que, no dia,  a coordenadora de enfermagem - responsável por três setores: clínica ortopédica 1, clínica ortopédica 2 e clínica cirúrgica- apesar de se dizer favorável à paralisação, prendeu funcionários em seus respectivos setores. Segundo os (as) denunciantes, mesmo a paralisação sendo 24h, ela alegava que só tinha movimento durante o dia e a noite não era necessário reduzir o quantitativo.
 
O relato revela ainda que, em um dos setores, uma técnica de enfermagem que passou o dia no movimento retornasse ao plantão noturno sob a justificativa de que a mesma precisava pagar horas que estava devendo. Argumentou também que não podia permanecer com menos de três funcionários, sendo que, segundo informações, o total da escala são 5 funcionários, ou seja, permaneceram 60% do quantitativo. Em outro setor, a coordenadora  manteve 50% afirmando que abaixo disso era ilegal. Cabe ressaltar que o Hospital recebeu ofício do Sindsaúde/RN que foi, inclusive,  assinado pela Diretora da unidade e repassado aos coordenadores.
 
As informações foram confirmadas pela direção do Sindsaúde/RN que, no dia da paralisação, esteve no Deoclécio e teve muita dificuldade de mobilizar os profissionais e retirá-los do local de trabalho. No Centro Cirúrgico, por exemplo, o médico responsável -Leonardo Barros- alegou que os funcionários que saíssem do plantão seriam prejudicados como previa uma norma vigente de 2016. Diante dessa alegação, os diretores entraram em contato com o presidente do Coren/RN que afirmou a invalidade dessa norma, visto que já estamos em 2022. “Fomos tratados muito mal dentro do Hospital e nossa entrada, inclusive, foi barrada em alguns espaços”, lamentou Roza Silva, diretora do Sindsaúde/RN. 
 
Assim como sempre acontece, a realização da paralisação e mobilização foi devidamente comunicada, por ofício (Nº 679/22, de 16 de Setembro de 2022) e entregue no dia 19 de setembro na unidade. Participar dos movimentos sindicais é um direito dos trabalhadores e trabalhadoras e não iremos admitir que esse direito seja ameaçado por outros (as) trabalhadores (as) só porque se encontram em cargos de gestão. Os cargos passam, mas as conquistas da categoria ficam. Não nos calaremos diante de abuso de poder!