A direção do Sindsaúde/RN, representada por João Assunção e Lúcia da Silva, juntamente com uma equipe do Coren/RN, formada pelo Presidente Egídio Júnior, um fiscal e uma conselheira, realizaram uma visita técnica nesta última quinta-feira (01), ao Pronto-socorro Clóvis Sarinho, em Natal.
Na ocasião, a direção do sindicato e o Conselho se depararam com a superlotação da unidade, com inúmeros pacientes em cima de macas e seus acompanhantes dormindo no chão em cima de papelões nos corredores do hospital. A visita também teve como objetivo, averiguar e buscar soluções para a sobrecarga de trabalho que acomete os profissionais da enfermagem desta unidade.
E por isso, além de conversar com os trabalhadores a comissão formada pelo Sindsaúde/RN e pelo Coren/RN, tiveram uma conversa com a Diretora de Enfermagem, Luciana e com as Gerentes, Melka e Najara do pronto-socorro, para levantar alguns dados importantes da unidade, como por exemplo: No dia 1° de setembro tinha 76 pacientes em macas e cada profissional de enfermagem estava cuidando de 8 pacientes. Porém, em outros dias, cada profissional chegou a ser responsável por mais de 10 pacientes, como mostra o mapa das atribuições visto na unidade que o dimensionamento nunca está completo.
Ainda de acordo com Luciana, na última quarta-feira (31), a lotação da unidade chegou a 145%, acima da média. Além da superlotação, a diretora informou que a Sesap quer atribuir outras demandas para o complexo Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, como Urologia, Neurologia e Duplo J.
Para a diretora do Sindsaúde/RN, Lúcia da Silva, essa situação é resultado da falta de investimentos por parte dos Governos ao longo dos anos. "Entram governos e sai governos e não tem política de saúde pública para o Rio Grande do Norte, hoje vemos pacientes em macas e acompanhantes dormindo no chão, em condições desumanas", afirma Lúcia. E a diretora do sindicato ainda completa: "A culpa também é da Governadora Fátima Bezerra, que não tem a saúde do RN como prioridade. Como se já não bastasse o descaso de anos, Fátima ainda fechou o Hospital de Canguaretama e o Hospital Ruy Pereira, além de não investir nos hospitais regionais para desafogar a capital. Lugar de pacientes é na cama e não em macas pelos corredores", finaliza a sindicalista.
ORIENTAÇÕES PARA OS TRABALHADORES
Durante a visita, o presidente do Coren/RN tirou dúvidas dos trabalhadores em relação às atribuições dos profissionais e pontuou que os trabalhadores da enfermagem podem se negar a realizar algumas atribuições, caso não sejam oferecidas condições necessárias para as mesmas. Porém o profissional tem que deixar tudo muito bem documentado, por meio de relatórios e etc. Já o diretor do sindicato, João Assunção, orientou os trabalhadores para não aceitarem qualquer tipo de assédio moral, principalmente o horizontal, além de também não aceitar atribuições que não são da enfermagem, impostas por médicos.
O presidente do Coren/RN informou para a diretora de enfermagem da unidade, que o órgão vai avaliar a situação do Pronto-socorro Clóvis Sarinho, e se for o caso, o Conselho pode realizar uma interdição ética enquanto as condições necessárias não forem resolvidas. O Sindsaúde/RN cobra do Governo do RN e da Sesap, providências imediatas para os problemas observados no Pronto-socorro, que infelizmente, reflete o que acontece em todos os hospitais do Estado.
