Fernanda Soares
Fernanda Soares

27/03/2023, 11h


Os trabalhadores e trabalhadoras do Hospital Regional Tarcísio Maia denunciaram ao Sindsaúde/RN a situação de completo abandono e sobrecarga que eles (as) têm vivido na unidade desde o início do mês de março. Hoje, há no hospital uma redução no quadro dos Técnicos de Enfermagem que é desumana. Nos setores da UPI 1 e 2, durante à noite, só trabalham dois Técnicos de Enfermagem com uma demanda que inclui pacientes semicríticos e psiquiátricos.  
 
Conforme foi averiguado pela direção do Sindsaúde/RN, a UPI 1 comporta dois leitos destinados a pacientes psiquiátricos e oito leitos para pacientes semicríticos, ou seja, que vem da UTI numa situação ainda bem delicada. Não bastasse a quantidade já insuficiente de profissionais, aqueles (as) que estão de plantão, muitas vezes, precisam ainda acompanhar alguns pacientes durante a realização de exames, o que compromete ainda mais o funcionamento do setor. 
 
Existem relatos, inclusive, de servidores (as) que são obrigados (as) a acompanharem pacientes semicríticos em ambulâncias que sequer são do Samu. O Coren/RN já foi acionado pelos profissionais a respeito da situação e, no momento, é esperado que o Coren/RN envie um relatório orientando como proceder diante do caso. “Se reduzir funcionários precisa  reduzir leitos. Não tem condições de dois Técnicos cuidarem de dez pacientes sendo eles graves e psiquiátricos. Os trabalhadores (as) não podem se sacrificar por um problema que é do governo do estado”, afirmou Jussirene Andrade, diretora do Sindsaúde/RN. 
 
Para deixar a situação ainda mais crítica, os trabalhadores e trabalhadoras da empresa JMT, que prestam serviços terceirizados no Hospital Regional Tarcísio Maia em Mossoró, iniciaram uma paralisação nesta segunda-feira (27). Eles reivindicam o pagamento dos salários atrasados referentes ao mês de fevereiro, além de férias vencidas. A categoria é responsável pelos serviços de higienização, limpeza, copa e maqueiro no hospital.
 
Segundo os funcionários, a empresa não vem cumprindo com suas obrigações trabalhistas e o atraso no pagamento dos salários tem causado transtornos para suas famílias. A paralisação deve continuar até que a situação seja regularizada ou a empresa apresente uma proposta de pagamento dos salários atrasados. O Sindsaúde/RN presta aqui toda solidariedade à greve legítima e exige que a governadora Fátima Bezerra (PT) tome as medidas cabíveis para resolução de mais esse problema, o mais rápido possível. Sem salário não tem trabalho!