Esta semana foi marcada por uma forte tensão social na França, onde, na última terça-feira (18), trabalhadores e trabalhadoras dos mais variados setores realizaram uma grande greve geral. Vale destacar que o país já enfrentava uma paralisação de 22 dias no setor petroleiro, o que gerou uma crise de abastecimento nos postos de combustíveis de toda a França. A paralisação, convocada pelos quatro maiores sindicatos franceses (CGT, FO, FSU e Solidaires) exige reajuste dos salários por conta da inflação, que ronda os 6% no país. Aderiram ao movimento profissionais da educação, energia, saúde, transporte e coleta de lixo.
Truculência do governo
Para a imprensa francesa, o governo falhou ao subestimar a insatisfação social crescente no país. Macron, por sua vez, declarou à BFM TV, afiliada da CNN, seu desejo de uma solucionar “o mais rápido possível” os protestos. Nesse sentido, o governo chegou a ser acusado de ordenar que grevistas, em dois depósitos de combustível em Feyzin, voltassem ao trabalho na segunda-feira sob a ameaça de enfrentar acusações criminais.
A resposta agressiva e repressiva ao conflito pelo governo francês, tentando impedir o direito de greve sob pena de prisão, repercutiu negativamente na opinião pública que, apesar das tentativas históricas e já esperadas dos grandes meios de comunicação de criminalizar greve, passou a considerar justa a luta por reajuste salarial diante da alta inflacionária e do aumento do custo de vida.
Sindsaúde/RN assina moção de solidariedade à greve geral na França
A Central Sindical e Popular (CSP Conlutas) e seus sindicatos, movimentos e entidades filiadas, por meio de uma moção publicada no dia 17 de outubro, apoiam a greve geral dos trabalhadores e trabalhadoras da França e das Centrais Sindicais que estão à frente da mobilização, e convoca o movimento sindical internacional a cercar da mais ampla solidariedade a luta e o caminho apontado pelos petroleiros, usineiros e ferroviários franceses, em uma Europa atravessada pela crise energética e inflacionária.
“Macron obviamente não exigiu das multinacionais o aumento salarial dos trabalhadores indexado à inflação (em vigor até 1983 na França). Ao contrário, seu governo reprimiu aqueles que acordam às 4 horas da manhã, que usam os seus corpos e sua saúde para produzir, que ficam doentes, que têm poucos anos de aposentadoria porque seus corpos estão esgotados: usando lei da segunda guerra mundial, passou a exigir um quadro mínimo de funcionamento nas empresas privadas sob pena de prisão dos grevistas que rejeitarem, ferindo o direito constitucional de greve dos trabalhadores.” relata um trecho da moção.
Confira a moção completa aqui.
Fonte: G1, CSP-Conlutas, CNN Brasil e Internacional.