Fernanda Soares
Fernanda Soares

05/08/2014, 11h


O Sindsaúde-RN promove o debate sobre Criminalização das greves e dos movimentos sociais, com a presença do coordenador nacional da CSP-Conlutas Sebastião Carlos "Cacau", nesta sexta-feira(08), às 17h30, no auditório do Sinpol.

O debate trará à discussão as ações que impedem a liberdade de expressão e negligenciam a observância de toda norma jurídica que possa amenizar a penúria da vida de trabalhadores. São feitas prisões ilegais, investigações abusivas e toda forma de arbítrio, como criminalização de greves, corte de ponto e demissões de grevistas e conduções de inquéritos a partir de unilaterais e não fundamentadas alegações apresentadas por empresários do setor de transporte. O Estado atua ilegalmente, inventando falsas acusações, criminalizando pessoas que lutam por uma sociedade mais justa e valendo-se de violência contra aqueles que apenas apresentam ideias, argumentos, protestos e reivindicações.

No ano em que se completa exatamente os 50 anos da ditadura militar, após a greve histórica dos metroviários de São Paulo, 42 funcionários foram demitidos mostrando, assim, a dureza do governo e da justiça que permanece com esses ataques com multas ao sindicato. As paralisações e greves que foram realizadas no período da Copa do Mundo, como a dos operários da construção civil de Fortaleza, foram enfrentadas com a repressão da polícia a criminalização das greves. A intransigência também foi reafirmada na luta dos servidores municipais de saúde, que igualmente sofreram ataques, como desconto de salário.

As manifestações contra as injustiças do Mundial cercadas já em sua concentração e impedidas de serem realizadas, bem como as prisões arbitrárias de ativistas e militantes do movimento social e sindical, como foi o caso do funcionário da USP, Fabio Hideki Arano, e do professor de inglês, Rafael Lusvarghi, presos desde o dia 23 de junho sob acusação de liderarem protestos violentos em São Paulo,e, segundo o laudo, o objeto que Lusvarghi portava se tratava de uma garrafa de achocolatado e, no caso de Hideki, o porte de um frasco vazio de fixador para corantes em tecidos que também não apresentou risco explosivo.

Essas ações só comprovam que os governos estão agindo para limitar a voz das ruas, que em junho de 2013 clamou por mais saúde, educação transporte de qualidade, com repressão e intimidação. Os dois manifestantes presos há 43 dias, estão sob ameaça de pena de 3 a 6 anos de prisão, por associação criminosa, dano ao patrimônio e outras acusações.

Alguns desses exemplos, entre tantos outros, abrem precedentes de que a classe trabalhadora deve se unir e denunciar essas práticas que ferem o direito de greve e de lutar por direitos.