Fernanda Soares
Fernanda Soares

08/04/2014, 17h


Na manhã desta terça-feira (8), o Sindsaúde participou de uma audiência pública para discutir o cumprimento da data-base dos funcionários públicos municipais de Natal. A audiência foi convocada pelo vereador Sandro Pimentel (PSOL), a pedido do Sinsenat, e contou também com a participação do Sindas, da CSP-Conlutas e da CUT. O funcionalismo público municipal entrou em greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira, 7 de abril.

Durante sua fala, a coordenadora-geral do Sindsaúde, Simone Dutra, argumentou que a data-base precisa ser uma cultura institucionalizada pelos governos, já que todos os anos os impostos e a arrecadação aumentam, fazendo com que os salários dos servidores sofram perdas. Ela também considerou a proposta de 2% de reajuste salarial uma afronta aos servidores municipais, uma vez que o governo está propondo reajustes de até 166% para cargos comissionados.

Por fim, Simone lembrou que a reforma administrativa amplia a terceirização e comentou a pauta de reivindicação dos servidores municipais da saúde de Natal, que entrarão em greve no próximo dia 15 de abril. “Entre o período de dezembro de 2010 e fevereiro de 2014 a inflação foi de 23,19%. Tirando os 8% que conquistamos ano passado, a prefeitura ainda nos deve 14%, mas estamos pedindo cerca de 18% para que, além da reposição salarial o servidor tenha realmente uma valorização real”, explica a sindicalista.

Já o representante da CSP-Conlutas, Juary Chagas, frisou que são os trabalhadores que colocam os serviços públicos para funcionar e que esses serviços deveriam ser prioridade nos governos. “Todas as medidas do governo Carlos Eduardo nos mostram que os serviços públicos não são prioridade em seu governo. Quando se faz necessário defender os interesses dos grandes empresários, garantir investimentos para a Copa ou garantir o reajuste salarial dos cargos comissionados o governo move toda a sua estrutura para conseguir recursos, o mesmo não acontece para os servidores”, afirmou Juary.

Ele também considerou a proposta de 2% de reajuste “ridícula” e apoiou a greve dos servidores municipais: “nós da CSP-Conlutas consideramos a greve dos servidores municipais justíssima e afirmamos que os companheiros e companheiras não devem sair desse movimento enquanto não alcançarem seus direitos. A única saída para que de fato os servidores municipais possam conquistar suas reivindicações é a luta”.

Nesta quarta-feira (9), às 14h, os servidores da saúde municipal de Natal farão uma assembleia no Sindsaúde para aprovar a greve, que terá início na terça-feira da próxima semana, 15 de abril.