Fernanda Soares
Fernanda Soares

24/07/2013, 14h


Nesta quinta, 25 de julho, às 14h, o Sindsaúde promove o debate “O que é opressão”, no auditório do Sindsaúde-RN. O debate marca o Dia da Mulher negra Latino-Americana e Caribenha e terá a presença de Silvia Ferraro, do Movimento Mulheres em Luta (MML) e de Célia Dantas, diretora do Sindsaúde-RN.

A atividade é organizada pela a Secretaria da Mulher Trabalhadora, GLBTs e Negros do Sindsaúde, e pretende discutir todas as formas de opressão. De 28 a 30 de junho, os diretores da secretaria e representantes da base participaram no I Encontro Nacional LGBT da CSP-Conlutas, com 180 pessoas, de 16 estados. De volta, a secretaria agora atua para que a luta contra a opressão seja parte da atuação do sindicato e nos locais de trabalho. E prepara a participação das mulheres da saúde no I Encontro Nacional do Movimento Mulheres em Luta, em Novembro, em Minas Gerais.

Saiba Mais
O Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe foi criado em 25 de julho de 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingos, República Dominicana, com representantes de 70 países. Estipulou-se que este dia seria o marco internacional e teria o objetivo de dar visibilidade às lutas e à resistência das descendentes da diáspora africana, desde sempre marcadas pela combinação de exploração sócio-econômica e pela dupla opressão, do racismo e do machismo.

Segundo dados de 2011, cerca de 80 milhões de mulheres afrodescendentes (ou seja, metade da população negra que vive nos países latinos e caribenhos), ainda hoje, têm suas vidas determinadas pela história de uma região do planeta onde o desenvolvimento do Capitalismo praticamente confunde-se com a da escravidão e todas suas terríveis consequências.

Às vésperas da data, o protesto do rapper Emicida veio se somar à luta das mulheres negras. O rapper denunciou o programa Zorra Total, pelo quadro onde um ator interpreta Adelaide, uma mulher negra e pobre, que anda pelo vagão do trem pedindo "50 centarru, 25 centarru, dez centarru" aos passageiros. Em seu texto, o músico protesta contra a forma como a mídia trata as mulheres negras: “Elas recebem menos, tem suas características físicas criminalizadas por uma ditadura eurocêntrica de beleza (isso se aplica aos homens pretos também), são abandonadas, representam uma porcentagem monstruosa das adolescentes grávidas e das mães solteiras, das que não conseguem um (bom) emprego e quando conseguem retornam cansadas ao sábado a noite para suas humildes casas para ser alvo de um quadro extremamente racista onde são humilhadas por um programa de humor (que nem engraçado é pra começar, 'Zorra Total' é ruim pra c****) no maior canal de televisão do país.”