Fernanda Soares
Fernanda Soares

17/06/2013, 17h


A última semana contou com atos nas principais capitais do país, contra o aumento da passagem e os gastos com os estádios da Copa do Mundo. Em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília, os protestos foram violentamente reprimidos, como já havia ocorrido em Natal, no dia 15 de maio.

A maior repressão ocorreu em São Paulo, na quinta-feira, dia 13 de junho, com cenas de selvageria policial contra os estudantes e trabalhadores e ferindo dezenas de jornalistas. Mais de 300 pessoas foram caçadas e presas nas ruas. As imagens da violência circularam na internet, com cenas de repórteres sendo atingida no olho, de bombas de gás sendo lançadas nas casas de quem estava filmando a manifestação e da agressão e prisão de um jornalista que levava vinagre, para se proteger do efeito do gás. A reação popular foi imediata, condenando a repressão. Na tarde desta segunda, 17, cerca de 60 mil pessoas tomaram as ruas da capital paulista.

O protesto se espalhou pelo país, com grandes atos. No Rio de Janeiro, a marcha reuniu 100 mil pessoas. Em Brasília, manifestantes ocuparam a rampa do Congresso Nacional. Ao todo, a imprensa calcula que 240 mil pessoas tenham se manifestado no país.

“Copa Fifa: R$ 33 bi, Olímpiada: R$ 24 bi, corrupção: R$ 50 bi, salário mínimo: R$ 678. E você ainda acha que é por 20 centavos?”
A quinta-feira, dia 20, está sendo convocada como um novo dia nacional de luta contra o aumento da passagem e a repressão e pelo transporte de qualidade e o passe-livre. Em Natal, a concentração do ato será às 17h, no Shopping Via Direta.

Em todo o país, os trabalhadores estão se somando aos protestos, mostrando que o que está em luta não é só a defesa do transporte de qualidade. “É muito mais do que isso. As cenas que vimos em São Paulo e aqui em Natal são revoltantes. Parece a ditadura. Vamos às ruas pelo direito de lutar, exigindo dos governos o direito ao transporte, à saúde, à educação. O governo Rosalba gasta milhões com a Copa, por exemplo, enquanto os trabalhadores morrem nos hospitais públicos e nós, servidores, ganhamos um salário que não chega ao fim do mês”, afirma Simone Dutra, coordenadora-geral do Sindsaúde-RN.

O Sindsaúde pretende ainda aproveitar a assembleia-geral do estado, que ocorrerá no mesmo dia 20, para convocar mais servidores para o ato. Em todo o país, trabalhadores estão se somando aos protestos.