Fernanda Soares
Fernanda Soares

28/08/2014, 10h


NOTA EM RESPOSTA À SESAP

Na manhã desta quarta-feira (27), os servidores estaduais da saúde realizaram uma paralisação e um ato público em frente à Unicat, unidade responsável pela distribuição de medicamentos a hospitais e usuários. O protesto denunciou a redução de duas horas no horário de atendimento da unidade e a mudança na jornada de trabalho, medidas impostas pelo governo estadual, diante da falta de verbas para a saúde.

O ato contou com a adesão da maior parte dos servidores e interrompeu o atendimento da unidade por algumas horas. Esclarecemos que o protesto não impediu o abastecimento de um caminhão com medicamentos, já que o procedimento é realizado por pessoal terceirizado, e muito menos o envio de medicamentos de rotina aos hospitais.

Desta forma, repudiamos a tentativa da Sesap de denunciar o nosso protesto ao Ministério Público e ainda tentar nos responsabilizar pela falta de medicamentos nos hospitais. A manifestação foi justamente para que se preserve o horário atual de atendimento aos pacientes.

O governo que tenta criminalizar o nosso protesto é o mesmo que mantém apenas 60% de abastecimento de medicamentos nos hospitais, índice anunciado pelo secretário em sua prestação de contas, em agosto. Ou seja, nesta quinta-feira, quando nenhum protesto foi realizado, quantos medicamentos estão em falta nos hospitais?

O governo nos cobra sensibilidade. Mas nós, servidores, estamos acostumados a até mesmo tirar dinheiro do nosso bolso para ajudar pacientes a comprar itens básicos, como esparadrapos e gases. É muita ousadia de um governo que gastou com estádios e obras, que deixou de repassar R$ 100 milhões à saúde neste ano, que deve a todos os municípios, querer nos culpar pelo caos na saúde, por causa de um protesto.

Denunciamos o governo Rosalba - do qual o secretário faz parte - pela falta de verbas para a saúde e anunciamos que não aceitamos pagar a conta do descaso e das prioridades escolhidas por esse governo. Por isso, iremos discutir nesta sexta-feira (29) a entrada em greve e esperamos que o governo tenha sensibilidade e recue nas medidas adotadas, que aumentam a sobrecarga de trabalho e retiram até mesmo a nossa alimentação e a dos acompanhantes.

Natal, 28 de agosto de 2014

Sindicato dos Servidores em Saúde do Rio Grande do Norte