Fernanda Soares
Fernanda Soares

24/03/2014, 16h


Nesta segunda-feira (24), servidores da saúde se reuniram em frente ao Hospital Ruy Pereira para mais uma atividade do calendário da greve. O objetivo do ato público foi cobrar investimentos no hospital, garantia de melhores condições de trabalho, de atendimento à população e denunciar a falta de médicos e a ausência de equipamentos no local.

Durante o ato, a diretora do Sindsaúde-RN, Suetânia Cardoso, lembrou que, há uma semana, parte do teto desabou, atingindo uma paciente e uma servidora. Além do problema com a estrutura física, o hospital convive com o lixo acumulado, que provoca mau cheiro e atrai a presença de roedores e insetos, o que prejudica pacientes e os trabalhadores.

O ato também denunciou a falta de autoclave, equipamento utilizado para a esterilização do material que é usado no hospital. Atualmente, essa esterilização tem sido feita no Walfredo Gurgel. Rosália Fernandes, também diretora do Sindsaúde-RN, ainda denunciou o gasto de R$ 25 milhões do governo com publicidade e falou da realidade precária do hospital.

Acompanhantes dos pacientes internados aproveitaram o momento para denunciar as dificuldades que passam com a falta de medicamentos e de materiais, com a demora de atendimento médico e com a estrutura do prédio. Dona Maria Francisca da Costa, que acompanhava sua amiga há quase um mês, comentou, indignada: “Quando ela estava na mesa de cirurgia, prestes a operar, disseram que tinha faltado material. Então, o caso foi se complicando cada vez mais. Quando vieram fazer a cirurgia, ao invés de tirar só um dedo [que era o necessário, inicialmente], ela teve que amputar uma parte do pé. Isso é um absurdo”.

Joselma da Silva, que acompanhava o pai há quase dois meses, conta que os pacientes convivem com ratos, escorpiões e insetos. Ela ainda ressaltou que “é uma vergonha o médico passar de oito em oito dias e não examinar o paciente como deveria”. Já Iracilda Alves Câmara, que também acompanhava um paciente, denunciou a falta de visitas médicas, o que causa complicações muitas vezes irreversíveis: "os acompanhantes ficam apavorados vendo os pacientes ficando com a carne podre", com referência ao processo de gangrena em certos casos.