Fernanda Soares
Fernanda Soares

18/09/2013, 17h


Os servidores da saúde do município de Natal realizarão um ato público amanhã (19), às 8h, na Maternidade das Quintas (Rua dos Paiatis, Alecrim). A atividade faz parte do calendário de lutas da categoria, que está promovendo um ato público toda quinta-feira, em uma unidade de saúde. O primeiro protesto aconteceu no dia 5 de setembro, no Hospital dos Pescadores. Na semana passada, dia 12, foi a vez do CAPS Norte.

A escolha da unidade desta semana se deu a partir do pedido dos próprios servidores da maternidade, que já se comprometeram a comparecer em peso ao ato. Eles reclamam da estrutura física da maternidade, que tem vários focos de mofo nas paredes, inclusive no centro obstetrício e na copa, onde os servidores fazem as refeições. Também há vazamentos nos banheiros e falta de refrigeração adequada nas salas de parto.

No dia 9 de agosto, o Sindsaúde-RN solicitou uma audiência com o secretário municipal de saúde, Cipriano Maia, para tratar exclusivamente da Maternidade das Quintas. Junto ao pedido de audiência, o sindicato encaminhou um relatório ilustrado com fotos (arquivo anexo), evidenciando a realidade da maternidade. Mesmo assim, a audiência ainda não aconteceu.

Os servidores municipais estão em campanha salarial e pedem reajuste de 27,08%, referente a dois anos sem aumento. Na segunda-feira (16), o prefeito Carlos Eduardo recebeu o Sindsaúde, o Sinsenat e o Sindas em audiência, para responder aos pontos da pauta de reivindicações dos servidores. O prefeito e os (as) secretários(as) de Saúde, Planejamento e Administração alegaram uma crise orçamentária, que não permitiria o reajuste nesse ano.

“Como se já não bastassem os problemas crônicos que a rede municipal enfrenta, como as péssimas condições físicas e a falta de medicamentos, ainda temos que enfrentar o não reajuste salarial. Inclusive a Secretaria Municipal de Saúde também resolveu aumentar o número de plantões da enfermagem, que antes era de 10 e agora passou para 12. Cada vez mais os servidores saem prejudicados com essa situação”, explica Célia Dantas, diretora do Sindsaúde-RN.

Após o encontro com o prefeito, a categoria – em clima de revolta por causa da resposta negativa do prefeito - se reuniu em assembleia na mesma tarde e aprovou um dia municipal de luta, com paralisação das unidades de saúde e uma passeata até a prefeitura, no dia 1º de outubro.

“Até lá, vamos percorrer as unidades, realizando reuniões com os servidores, mobilizando para que todos parem no dia 1º. Só assim conseguiremos pressionar o governo e arrancar o nosso direito”, completa Célia.