Fernanda Soares
Fernanda Soares

20/03/2014, 00h


Os servidores municipais da saúde de Natal se reuniram na tarde de terça-feira (18) para discutir as reivindicações da Campanha Salarial 2014 e tirar encaminhamentos de luta para as próximas semanas. Na pauta, estava a luta pela data-base, a posição contrária à portaria 020 (que aumenta os plantões, desrespeitando a carga horária de 30 horas) e a reforma administrativa da prefeitura.

A categoria está lutando pelo reajuste de 18,32%, valor calculado pelo Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) e que equivale às perdas da inflação desde 2010 (14,07%), além de um ganho real, com referência no crescimento do PIB. A pauta já foi entregue ao governo, que adiou mais uma vez a resposta aos servidores para o dia 31 de março.

Embora ainda não haja nem local e nem hora para a negociação do dia 31, a categoria decidiu manter-se atenta para uma mobilização no dia. Antes, no dia 28 (sexta), os servidores farão um ato público na Zona Norte, para reivindicar a reabertura da Maternidade Leide Morais, que deveria estar pronta em um prazo de seis meses, mas já está perto de completar um ano fechada. A categoria também chamará atenção para a reconstrução da Unidade de Bela Vista, em Igapó, que foi demolida no final de fevereiro e agora aguarda por um novo prédio. A concentração será às 9h, no Nordestão de Santa Catarina.

Uma nova assembleia ficou marcada para o dia 3 de abril (quinta-feira), às 14h, à princípio no auditório do Sindsaúde-RN. Até lá, os servidores esperam já ter uma resposta favorável da prefeitura.

INSEGURANÇA NAS UNIDADES

Outro ponto bastante debatido na assembleia foi a questão da falta de segurança nas unidades. Uma das servidoras da Unidade do Panatis relatou o caso de dois jovens que, na segunda-feira (17), rondaram a unidade e fizeram perguntas sobre como era a dinâmica de funcionamento do local. A servidora contou ainda que os trabalhadores do Panatis costumam ligar constantemente para a polícia. A situação também é crítica na Unidade de Mãe Luíza, onde uma enfermeira foi assaltada em janeiro, entre diversos outros casos de assaltos no estacionamento.

Diante de tantos problemas, os servidores aprovaram a realização de uma campanha midiática (com cartazes, folhetos, adesivos) para denunciar a falta de segurança nas unidades e o risco que os servidores e a população correm nessas situações. “Nós servidores e os próprios usuários ficam à mercê dessa insegurança, expostos a todo tipo de risco. Precisamos denunciar isso e alertar a população”, afirmou Simone Dutra, coordenadora-geral do Sindsaúde-RN.

REFORMA ADMINISTRATIVA

Ao final da assembleia, foi dado um informe sobre a reforma administrativa que o governo Carlos Eduardo quer aprovar para diminuir gastos. Um representante do gabinete da vereadora Amanda Gurgel esteve presente listando alguns pontos dessa reforma, como a extinção de 4 secretarias, entre elas a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (Semul); e o aumento do salário dos cargos comissionados, com casos que ultrapassam a porcentagem de 100% de aumento.

Carlos Eduardo ainda estaria tentando transformar o cargo de ASG para ASGA - Auxiliar de Serviços Gerais e Administrativos –, ou seja, mesclando duas funções e pagando o equivalente a uma, com a menor remuneração. O projeto também prevê que, se não houver progressão de letra na carreira dos servidores, os mesmos deverão se aposentar conforme a letra em que estiverem no momento da aposentaria.