Fernanda Soares
Fernanda Soares

18/02/2014, 10h


Nesta segunda-feira (17), a abertura da sessão solene da Assembleia Legislativa, quando a governadora faz a sua mensagem aos deputados estaduais, foi marcada por protestos de várias categorias do funcionalismo. A governadora Rosalba leu o seu discurso sentada, para manter distância das galerias. O ato mostrou a disposição de luta das categorias para 2014, e o cansaço diante das promessas não cumpridas nos três anos do governo.

Temendo protestos, o governo também se mobilizou. Dezenas de servidores comissionados desde cedo guardavam lugares nas galerias. Com a chegada de diretores do Sindsaúde e do Sinpol, houve bate-boca e discussão. Ao final, os servidores conseguiram colar os cartazes e faixas e superaram em número os puxa-sacos do governo. Eles chegaram a cantar palavras de ordem, como “ô babão, não tenha medo, tem uma maca pra você lá no Walfredo”.

Quando o presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta, iniciou a sessão, a galeria já estava tomada de cartazes e de servidores, cantando e pedindo o Fora Rosalba. Os servidores chegaram a interromper o protesto, após dois pedidos do presidente da Assembleia, que foi retomado depois das ameaças feitas por dois policiais militares. A partir daí, todo o discurso de Rosalba foi acompanhado de vaias e palavras de ordem. Por volta das 17h, os professores estaduais, que haviam confirmado a continuidade da greve em sua assembleia, se somaram ao protesto.

O discurso de Rosalba foi uma peça publicitária, acompanhada inclusive de um vídeo, com imagens cuidadosamente preparadas. A governadora empenhou-se em mostrar aos deputados as realizações nas diversas áreas, com destaque para a Copa do Mundo. Do outro lado, os secretários e assessores aplaudiam a governadora.

Na saúde, o destaque foram as obras nos hospitais e o “esvaziamento” dos corredores do hospital Walfredo Gurgel. A cada ‘realização’ anunciada, os servidores escreviam cartazes contestando e colavam nos vidros, em um discurso paralelo. O esvaziamento do Walfredo foi contestado pelo vice-coordenador geral do Sindsaúde, Manoel Egídio. “Neste momento temos 22 pacientes em macas nas salas de cirurgia. Os corredores estão vazios por causa dessa operação. Lá ninguém vê”, afirma.

Projeto de Lei - Os servidores da saúde cobraram o envio do Projeto de Lei com a revisão da tabela do plano de cargos. Os servidores cobram o envio do projeto e a aprovação com urgência, de modo que o acordo de greve possa ser cumprido e a nova tabela possa ser implantada nos salários de março (nível elementar), abril (nível médio) e maio (nível superior). O acordo firmado com o secretário de Saúde, Luiz Roberto Leite Fonseca, teve o aval da governadora, permitindo a suspensão da greve de agosto de 2013. A minuta do projeto está pronta e aguarda a aprovação e assinatura da governadora.

 

Veja a reportagem do Bom Dia RN, sobre a vaia à governadora