Fernanda Soares
Fernanda Soares

11/11/2013, 02h


No início da noite de sexta-feira (8), os servidores públicos de Natal tiveram um encontro com representantes do governo para tentar chegar a um acordo que dê fim à greve iniciada em 15 de outubro. O Sindsaúde-RN compareceu à prefeitura, assim como o Sindas e o Sinsenat, e esperava do governo uma resposta que satisfizesse os anseios das categorias. Do lado do governo, estiveram presentes o secretário municipal de saúde, Cipriano Maia; o secretário-chefe do Gabinete Civil, Sávio Hackradt; o secretário municipal de administração, José Dionísio Gomes, entre outros.

No início da reunião, o secretário de administração apresentou uma tabela com números referentes ao impacto financeiro, dizendo o porquê do governo não poder dar um reajuste maior do que 8% em janeiro de 2014. “Sabemos que no futuro tudo vai ser melhor, mas hoje a prefeitura não tem recursos para arcar com o aumento que vocês estão pedindo. O que podemos abrir são esses 8% em janeiro do próximo ano”, afirmou João Dionísio, apostando no futuro. O mesmo foi reafirmado pelo secretário de saúde.

Novamente, os sindicatos rebateram os números apresentados e reafirmaram que esses 8% oferecidos não repõem a inflação e que, no final das contas, os servidores não estariam tendo um ganho real em suas remunerações. Após algumas falas, Simone Dutra, coordenadora-geral do Sindsaúde-RN, apresentou algumas propostas para negociação, com base na pauta de reivindicação da saúde.

Entre as propostas, está o parcelamento dos 27,08% em 2014 e a discussão da data base de 2014 em março. O Sindsaúde-RN também sugeriu que fosse apresentado um calendário para 2014 contemplando o pagamento de 1/3 de férias de 2012, de implantação de adicional noturno e de implantação de quinquênio para os agentes de saúde e de endemias e de vale refeição para quem trabalha dois expedientes. O sindicato também quer que sejam assegurados recursos suficientes para a manutenção dos serviços de saúde de no mínimo 35% do tesouro municipal na Lei Orçamentária Anual (LOA).

Simone Dutra acrescentou que alguns pontos presentes na proposta não estão de acordo com os demais sindicatos, mas sugeriu que o que estivesse em acordo fosse encaminhado. “Como vocês podem perceber, 90% do que estamos pedindo se refere ao cumprimento de leis e nós não podemos sair da greve sem ter isso garantido. Nós queremos datas de quando isso vai acontecer”, afirmou a sindicalista.

Já o secretário Dionísio disse que estava saindo daquela negociação mais otimista: “quando a gente sai da questão financeira, que têm muitas limitações, a gente consegue avançar. Se a ideia é criar um cronograma para o pagamento desses débitos, nós podemos sentar e construir essa proposta”. Cipriano Maia disse que não poderia dar datas naquele momento porque a capacidade da secretaria em dar respostas é pequena, mas sugeriu retomar a mesa de negociação do SUS para definir prazos, mas já adiantou que alguns pontos da pauta podem ser sim adiantados.

De qualquer forma, Simone fez questão de frisar que os servidores não estão abrindo mão da questão financeira.

VICT – Um ponto polêmico da reunião foi sobre a revisão do PCCR, quando o Sindsaúde-RN propôs modificar o Artigo 27, que trata da VICT. Os demais sindicatos presentes não concordaram com a proposta, mas sentarão nesta segunda-feira (11), às 13h, para discutir os rumos da greve e afinar as propostas de negociação. O governo ficou de dar uma resposta por escrito aos sindicatos na próxima quinta-feira, às 16h.