Fernanda Soares
Fernanda Soares

28/02/2014, 14h


Nesta sexta-feira (28), servidores do Hospital Regional Monsenhor Antonio Barros, em São José de Mipibu, realizaram um ato público em frente ao hospital, para cobrar que o governo do Estado complete a escala de médicos do Pronto Socorro adulto.

Na semana passada, o Conselho Regional de Medicina interditou o Pronto Socorro, proibindo a atuação de médicos no setor. Atualmente, apenas 3 desses profissionais trabalham no local, com dias alternados de atendimento.

Após a ameaça de fechamento, ontem (27) a Justiça Federal decidiu pela suspensão da interdição ética do exercício profissional médico naquela unidade. Mesmo assim, a escala continua incompleta, prejudicando a população.

Durante o protesto, uma mãe e seu bebê de colo retornavam ao hospital pelo terceiro dia consecutivo, na esperança de serem atendidos. Há dias a criança sofre com febre e dores de cabeça, mas a direção do hospital informou que, devido à falta de médico, ela tentasse voltar ao hospital amanhã ou depois.

Uma ex-servidora do hospital também falou das dificuldades pelas quais passam a população local: “Quem está com dor, não pode esperar. Já fui funcionária desse hospital por mais de 10 anos e na minha época funcionava a clínica médica, maternidade, pediatria... Eu moro em São José do Mipibu e sou usuária desse hospital. Eu preciso dele, assim como a população daqui. Nós não temos dinheiro para pagar um taxi, nós não podemos pagar planos de saúde e esse hospital está sendo mal aproveitado”, desabafou.

Outra usuária, que estava participando do protesto, comentou que uma tia e uma prima passaram mal ontem (27) e tiveram que se deslocar para Parnamirim e Monte Alegre, para serem atendidas. “Elas precisaram procurar atendimento fora de São José porque aqui não tinha médico. Como é que um hospital desse tamanho não tem médico nem para verificar pressão?”, questionou indignada.

O Sindsaúde-RN também se mostrou contra a municipalização dos hospitais regionais, recomendada pelo Tribunal de Contas e pela Sesap. O sindicato denunciou que a municipalização irá retirar direitos dos servidores da saúde e não vai melhorar o atendimento à população. As prefeituras, inclusive, alegam a impossibilidade de assumir os hospitais. “Nós não vamos aceitar que a prefeitura assuma o hospital. Vamos defender que ele volte a funcionar normalmente, com todos os seus setores, e que seus servidores tenham seus direitos respeitados”, afirmou Paulo Martins, diretor de Sindsaúde-RN.