Os trabalhadores do Hospital Alfredo Mesquita que fica localizado no município de Macaíba, região metropolitana de Natal, recorreram ao Sindsaúde/RN para denunciar as péssimas condições de repouso dos profissionais que trabalham 24h na recepção do hospital, como também relatam sobre a mudança abrupta no tipo de atendimento da unidade que passou a receber apenas pacientes com Covid.
De acordo com as informações recebidas pelo sindicato, a recepção é o único setor do hospital que nunca teve um local específico voltado ao repouso dos profissionais. "Os trabalhadores repousavam em uma sala que foi oferecida pela direção, jogavam colchão no chão e até mesmo papelão para poder dormir, mas agora, o local está sendo utilizado para coleta de exames swab para covid", afirma um (a) trabalhador (a) sobre a divisão da sala, que durante o dia serve para fazer a coleta de testes de Covid e à noite o ambiente totalmente insalubre vira local de repouso.
Isso tudo porque do dia para a noite o Hospital Alfredo Mesquita, deixou de ser uma unidade que atende clínica médica e passou a ser um hospital que recebe apenas pacientes com Covid, sem qualquer aviso prévio aos servidores do hospital. "Recebemos o comunicado sobre essa mudança um dia depois da visita da Sesap ao hospital. Estamos todos despreparados, não temos material para trabalhar, não sabemos como isso vai funcionar pois não temos nenhum direcionamento, nem se quer sabemos o porquê isso aconteceu", desabafa um (a) servidor (a) em anônimo.
A situação se agrava ainda mais quando os servidores que lidam com pacientes contaminados têm que trabalhar com a mesma máscara N95 por 14 dias. Segundo os servidores, para conseguir uma máscara é um “sacrifício”. “Precisamos assinar um termo com o farmacêutico de plantão para retirar uma máscara e só podemos pegar outra após 14 dias”, finalizou o servidor.
Segundo a denúncia, a mudança no tipo de atendimento do hospital Alfredo Mesquita foi imediata, pois o local já possui pacientes com Covid internados na UTI e os demais leitos já foram bloqueados e os pacientes gerais regulados para serem transferidos para outros hospitais da rede pública.
Infelizmente, os problemas da unidade não param por aí, pois falta até mesmo supervisão no trabalho desenvolvido pelos estagiários de fisioterapia. Segundo relatos, os estagiários estão realizando atendimentos e procedimentos na ausência do profissional de fisioterapia que deveria acompanhar e supervisionar. “Se acontecer algo, quem é que vai responder? Os estagiários que estão ali para aprender?”, enfatizou o servidor.
Para nós do Sindsaúde/RN, é inadmissível que esteja ocorrendo todos esses problemas na unidade e a direção não tome providências em relação as essas situações. Os trabalhadores da saúde merecem repouso digno e condições de trabalho. É preciso que o governo do Estado e a Sesap olhem para esses trabalhadores e garantam Equipamentos de Proteção de qualidade. Não dá para abrir as portas para o atendimento covid e não garantir o mínimo de condições.
