Fernanda Soares
Fernanda Soares

28/04/2022, 15h


Desde a tarde da última terça-feira (26), os servidores de Natal estão enfrentando dificuldades para acessar o Portal da Transparência de Natal, no qual passa horas e horas carregando os dados, mas não libera o acesso dos servidores ao sistema. Por coincidência, o problema surgiu logo após a denúncia do Instituto Latino Americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese) e do Sindsaúde/RN, que realizaram um estudo recente intitulado “As finanças de Natal em 2021 com ênfase na Saúde”  utilizando os dados disponíveis no próprio Portal. Até o fechamento desta matéria na tarde desta quinta-feira (28), o problema ainda persistia. 

 
O estudo foi apresentado aos trabalhadores da saúde que estão em greve, durante o acampamento realizado na manhã da última terça-feira (26), em frente a Câmara de Vereadores, um pouco antes do problema ser identificado pela categoria. O estudo tem por objetivo analisar as finanças públicas da cidade de Natal, sobretudo no que diz respeito aos seus investimentos no setor da saúde em 2021, ano marcado como o segundo ano da Pandemia do COVID-19. “Verificamos um aprofundamento da crise econômica no Brasil. O impacto econômico é real, contudo não reflete por igual em todos os setores da economia. Alguns setores foram mais abalados e por outro lado outros até ganharam muito com essa crise…”, relata um trecho do texto. 
 
Por fim, o estudo realizado chegou a algumas conclusões, como por exemplo, “A crise só atinge os trabalhadores. De um lado existe redução dos gastos com saúde, com um pequeno crescimento na pandemia, e acompanhado de um profundo arrocho salarial, num brutal congelamento salarial desde 2014. Agravado com corte da gratificação COVID. Se reduziu os gastos com pessoal, cerca de ¼  da prefeitura é gasto com terceirizados, além da precarização do trabalho”. E o texto ainda finaliza com o seguinte trecho “Os heróis da Saúde Pública ditos na TV e vários meios de comunicação não são reconhecidos na prática. Numa sociedade onde os governos a serviços dos capitalistas, esses trabalhadores são tratados como descartáveis”, termina.