Fernanda Soares
Fernanda Soares

10/09/2014, 14h


Em seu terceiro dia de greve, os servidores estaduais da saúde fizeram um ato público em frente ao Hospital José Pedro Bezerra, também conhecido como Hospital Santa Catarina, o maior da Zona Norte. Durante o ato, servidores do hospital denunciaram a falta de itens básicos, como sabão, antibióticos e a insuficiência de máquinas para fototerapias em recém-nascidos.

A fototerapia é um procedimento de banho de luz que deve ser dado ao recém-nascido para reduzir a substância bilirrubina, que pode causar prejuízos à saúde mental dos bebês. Atualmente, o Santa Catarina só dispõe de 8 máquinas capazes de realizar esse procedimento, número insuficiente para atender todos os 59 leitos do alojamento de recém-nascidos. Dessa forma, os servidores do hospital são obrigados a escolher quais bebês receberão o procedimento.

Os servidores também informaram que a partir de amanhã, quinta-feira (11), o sabão também será um item em falta no hospital. As reservas do produto, que é utilizado como primeiro passo para evitar infecção hospitalar, acabarão ainda hoje (10).

Além disso, a categoria ainda denuncia a falta de medicamentos no Santa Catarina, principalmente de antibióticos, obrigando pacientes a interromperem seus tratamentos. Uma lista atualizada com medicamentos em falta foi divulgada por servidores da Unicat presentes no protesto. Até a noite desta terça-feira (9), quando os trabalhadores fizeram a contagem, 67 medicamentos hospitalares estavam em falta, assim como 43 medicamentos de alto custo, que são medicamentos utilizados no tratamento de doenças greves, de pacientes em UTI ou que precisam de medicamento constante. A ausência desses medicamentos interfere diretamente na qualidade da recuperação dos pacientes.

O coordenador geral em exercício do Sindsaúde, Manoel Egídio Jr, criticou os depoimentos que o secretário estadual de saúde, Luiz Roberto Fonseca, fez à imprensa, quando chamou a greve dos servidores de irresponsável: “O secretário diz que a greve dos servidores é irresponsável, mas eu pergunto a ele se não é irresponsabilidade do governo deixar os hospitais desabastecidos quando há tantos pacientes necessitando de medicamentos?”, questionou.

Nesta quinta-feira (11), às 9h, os servidores se reúnem em assembleia geral no auditório do Sinpol para avaliar os primeiros dias de greve e discutir os rumos do movimento.