Fernanda Soares
Fernanda Soares

08/09/2014, 14h


Nesta segunda-feira (8), os servidores da saúde estadual iniciaram a greve anunciada na semana passada, com um ato público em frente ao prédio da Sesap. Esta é a segunda vez, em 2014, que os servidores precisaram entrar em greve, para lutar contra os ataques do governo Rosalba. Na pauta de reivindicações, a categoria exige a suspensão das medidas do governo, o abastecimento de medicamentos nos hospitais e a manutenção do adicional de insalubridade aos servidores municipalizados.

O governo reduziu cerca de R$ 100 milhões de verbas da saúde em 2014 e agora implantou medidas para enxugar os gastos da Sesap, penalizando mais uma vez os servidores e a população. Entre as medidas, estão o corte da alimentação de servidores e acompanhantes, a redução do horário de atendimento na Unicat, mudança nas jornadas de trabalho, retirada de todos os plantões eventuais e atraso no 13º salário. “O governo gastou a verba para a saúde e nós vamos pagar a conta, perdendo direitos, jornadas e até a alimentação. E a população, que sofre com a falta de medicamentos”, afirma Manoel Egídio Jr, coordenador-geral em exercício do Sindsaúde-RN.

Ao final do ato desta manhã, uma comissão formada por diretores do Sindsaúde e representantes dos hospitais foi até o gabinete do secretário estadual de saúde, Luiz Roberto Fonseca, para tentar marcar uma audiência com ele. A comissão foi recebida pela chefe de gabinete, Larissa Dantas, que informou aos servidores que o secretário está com agenda lotada e não sabe quando poderia receber os servidores.

Sem diálogo com a categoria, a Sesap já anunciou à imprensa que entrará na Justiça para pedir a ilegalidade da greve. “O governo tomou medidas que penalizam os servidores, sem nem mesmo discutir com a categoria. Agora, ao invés de abrir uma porta para a negociação, o secretário quer criminalizar nosso movimento, prejudicando ainda mais a categoria. Nossa posição é continuar firmes na luta, construindo a greve”, esclareceu Manoel Egídio.

Nesta terça-feira (9), os grevistas farão um novo ato público, às 9h, em frente à Unicat, de onde sairão em caminhada até o Hospital Walfredo Gurgel. Na semana passada, a Unicat contava com 44 medicamentos em falta e o Hospital Walfredo Gurgel estava sem 52 itens. À tarde, a partir das 14h30, no auditório do Walfredo Gurgel, os servidores participarão de uma palestra sobre Assédio Moral e Direito de Greve.

Na quarta-feira (10), às 9h, os servidores se concentram em frente ao Hospital Santa Catarina, na Zona Norte, para mais um ato público. Já na quinta-feira (11), também às 9h, a categoria se reúne em assembleia geral, no auditório do Sinpol, para avaliar os primeiros dias de greve e aprovar um novo calendário de atividades para a semana que vem.

Municipalizados participaram do ato

O ato desta segunda-feira (8) também contou com a presença dos servidores cedidos aos municípios. A Sesap anunciou que irá retirar o adicional de insalubridade dos 1.924 servidores municipalizados, que já não recebem reajuste há 4 anos. Em Natal, são 978 servidores municipalizados e a maioria recebe o adicional.