Fernanda Soares
Fernanda Soares

31/03/2014, 14h


Na manhã desta segunda-feira (31), os servidores da saúde do RN e os servidores da UFRN, ambos em greve, fizeram uma caminhada unificada de protesto nas ruas de Petrópolis, denunciando o aumento da terceirização na saúde pública e pedindo a revogação da lei que criou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).

O ato teve início no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) e seguiu pela Av. Prudente de Morais, com uma parada em frente à Maternidade Escola Januário Cicco, onde os servidores questionaram as recentes verbas para a realização de concurso público da EBSERH, empresa que assumirá a gestão dos hospitais federais, a exemplo do HUOL e das maternidades Januário Cicco e Ana Bezerra. “Durante muito tempo lutamos por um concurso público na Maternidade Januário Cicco e no HUOL e a justificativa do governo era sempre a mesma: falta de dinheiro. Agora com a EBSERH, rapidamente o dinheiro apareceu. Por que será?”, questionou a coordenadora geral do Sintest, Vânia Machado.

Os grevistas também criticaram o aumento dos gastos com as cooperativas, que subiram 167% durante o governo Rosalba Ciarlini, além de denunciar problemas como a desospitalização no Hospital Walfredo Gurgel. “Tem se tornado cada vez mais comum a prática da desospitalização no Walfredo. O médico responsável sabe que o paciente não tem condição de receber alta, mesmo assim a diretoria aprova a alta e encaminha o paciente para sofrer em casa. Se há qualquer complicação com esse paciente, o Walfredo não o aceita de volta”, denunciou Manoel Egídio, vice coordenador do Sindsaúde-RN.

Egídio também lembrou que a greve não está apenas lutando por melhorias salariais e condições de trabalho nos hospitais, mas pela melhoria da saúde pública como um todo, para que a saúde pública oferecida à população seja de qualidade: “nossa luta é para toda a população, principalmente à população carente, que precisa do serviço e não pode recorrer à atendimento particular ou planos de saúde”, afirmou o sindicalista.

Os servidores cantaram paródias de protesto, dialogaram com a população e conversaram com a impressa sobre os motivos das greves das duas categorias.

Os servidores estaduais da saúde entraram em greve no dia 19 de março pelo cumprimento do acordo de 2013, pela redução da sobrecarga de trabalho e do déficit de servidores no estado, entre outros pontos. Os servidores reivindicam a aprovação e sanção do Projeto de Lei enviado nesta sexta-feira (28) pela governadora Rosalba Ciarlini aos deputados estaduais, com a correção da tabela do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), como acordado durante a greve de 2013.

Já os servidores das UFRN iniciaram o movimento em 17 de março e a greve já atinge 27 universidades. Os pontos da pauta específica tratam do aprimoramento da carreira com aumento de piso e step, ascensão funcional, turnos contínuos com jornada de 30h sem redução salarial para manter as universidades abertas nos três turnos, cumprimento integral do acordo da greve de 2012 e revogação da lei que criou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares/EBSERH – com concurso público pelo Regime Jurídico Único (pela aprovação da ADIN).