Fernanda Soares
Fernanda Soares

01/07/2014, 01h


Na tarde desta segunda-feira (30), os servidores da saúde de Parnamirim se reuniram em assembleia e decidiram manter a greve da saúde municipal, que já dura 44 dias. A principal luta dos servidores é a criação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), que deveria ter sido feito ainda em 2012. Para a categoria, a Prefeitura está enrolando os trabalhadores, já que as negociações sobre o PCCS não avançam.

Na greve de 60 dias encabeçada pelos servidores da Maternidade Divino Amor em 2013, o governo de Maurício Marques havia se comprometido a convocar uma comissão técnica para trabalhar na criação do plano. De lá para cá, pouca coisa mudou e a equipe técnica ainda não foi estabelecida. Em reunião no dia 26 de junho, a promotora de Justiça de Parnamirim deu prazo de 10 dias para que a Prefeitura contrate uma empresa para auxiliar na elaboração do projeto do PCCS da saúde. O prazo do governo terminará no próximo dia 7.

Na sexta-feira (27), o Tribunal de Justiça divulgou decisão do desembargador Dilermando Mota, que determina a ilegalidade e abusividade da greve e o retorno ao trabalho, sob pena de multa diária. A notícia foi divulgada pela imprensa, mas como o Sindsaúde não recebeu nenhuma notificação, os servidores aprovaram a continuidade da greve e também a realização de um ato público nesta terça-feira (1), às 9h, em frente à Secretaria Municipal de Saúde de Parnamirim.

Os servidores irão exigir que a secretaria cumpra a recomendação do Ministério Público de contratar a equipe técnica para o PCCS e também sairá em defesa do companheiro Alessandro Reis, exigindo a manutenção da lotação dele na Maternidade Divino Amor.

Na semana passada, Alessandro, que é técnico de enfermagem na maternidade, foi devolvido à Secretaria de Saúde com a justificativa de ter cometido uma infração meses atrás. Porém, acredita-se que a verdadeira motivação para a devolução tenha sido as denúncias que o servidor fez à imprensa semanas atrás, quando as fortes chuvas deixaram o Centro Cirúrgico da maternidade alagado e ainda revelaram infiltrações e outros graves problemas por todo o hospital.

O companheiro estaria sendo vítima de perseguição e esse ataque da direção seria uma tentativa de intimidar toda a categoria, por isso os servidores também estão fazendo um abaixo-assinado solicitando o retorno de Alessandro à Divino Amor.

Ainda nesta terça-feira (1), às 14h, os servidores farão uma nova assembleia para aprovar a atividade de luta da quarta-feira (2). A proposta é que a categoria passe a fazer assembleias diárias para encaminhar as lutas.