Fernanda Soares
Fernanda Soares

30/09/2013, 15h


Nesta terça-feira, 1º de outubro, os servidores da saúde de Natal realizarão uma parada de advertência nas unidades e uma passeata. O caos na saúde do município também tem atingido os servidores, que são obrigados a trabalhar em péssimas condições e com salários defasados. A categoria cobra do governo um reajuste de 27,08%, equivalente a inflação dos dois anos sem reajuste e aumento real. Porém, no dia 25, a prefeitura respondeu, em documento oficial, que não haverá reajuste neste ano. “Entregamos nossa pauta em abril. O governo pediu tempo para responder e, ao final, diz que teremos que esperar mais um ano com o mesmo salário. Não vamos aceitar. Estamos no sufoco”, afirma Célia Dantas, diretora do Sindsaúde-RN.

Além do reajuste, os servidores lutam por condições de trabalho na saúde do município, que está em situação de calamidade. “O dinheiro que viria com o decreto não chegou até agora. As unidades continuam fechadas, como a de Bela Vista, e faltam remédios, insumos e equipamentos”, afirma Célia. No Hospital dos Pescadores, os servidores já passaram até 12 horas operando um respirador manual, para manter vivo um paciente.

O Sindsaúde também exige a garantia do salário, no auxílio-doença. Na mesa de negociação de 16 de setembro, o prefeito garantiu que não haveria cortes nos salários dos servidores que permanecerem doentes por mais de 15 dias. Contudo, no documento oficial entre ao Sindsaúde-RN no último dia 25, a prefeitura recuou e se comprometeu apenas a criar um “Projeto de Lei propondo a criação de um auxílio financeiro especial como forma de compensar a redução salarial para os trabalhadores que ficarem em gozo de auxílio doença em função de doenças graves”, como câncer e Aids. Ou seja, os demais trabalhadores que adoecerem por mais de 15 dias continuarão sendo penalizados.

Após a paralisação de advertência, os servidores devem realizar uma nova assembleia para avaliar a possibilidade de uma greve na saúde pública do município.