Nesta segunda-feira (25), em uma assembleia com cerca de 200 pessoas, os servidores da Saúde decidiram encerrar a greve, iniciada em 15 de outubro. A decisão foi tomada diante da intransigência do governo em relação ao reajuste salarial, que permanece em 8%, e de avanços sobre outros pontos da pauta de reivindicações.
Na sexta-feira (22), o secretário de Planejamento, José Dionísio Gomes da Silva, enviou ofício assumindo o compromisso de não descontar os dias parados da greve e garantindo os seguintes pontos da pauta, além dos já negociados:
- Licença-prêmio – A Prefeitura se compromete a manter a remuneração integral do servidor, quando este precisar utilizar a licença-prêmio e não for substituído. Atualmente, as gratificações são cortadas, o que faz com que muitos não utilizem o direito.
- Projeto de Lei sobre Progressão de Carreira – A Prefeitura se compromete a enviar um Projeto de Lei para a Câmara, corrigindo restrições na evolução da carreira. Atualmente, quem se afasta por mais de 120 dias para licença médica deixa de progredir na carreira.
- Não desconto da VICT, quando do reajuste dos 8% - A VICT é uma gratificação, que a maioria dos servidores possui. O compromisso do governo é que o seu valor não diminua, com o reajuste dos 8%, em janeiro de 2014.
Além destes pontos, a Prefeitura já havia garantido outros pontos da pauta, como a isonomia entre técnicos e auxiliares, um projeto sobre progressão e promoção (qualificação), uma comissão sobre auxílio-doença e aposentadoria.
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Para o Sindsaúde, o resultado final da greve é uma vitória parcial. “O governo não avançou no reajuste salarial, que permaneceu em 8%, e tratou a greve com ameaças e truculência. Mas a força dos servidores conseguiu garantir avanços, e saímos mais fortes da greve. Agora vamos continuar a luta pela defesa da saúde pública e pela valorização dos servidores”, afirmou Célia Dantas, do Sindsaúde-RN.
Na assembleia, a coordenadora-geral do Sindsaúde, Simone Dutra, destacou a importância do comando de greve. “A greve não foi conduzida só pela diretoria, mas por esse grupo de servidores, que todos os dias se reunia e conduzia as atividades e visitas às unidades. A greve foi conduzida pela base”, afirmou. Simone propôs ainda que o comando de greve se transformasse em um comando de base, para manter a mobilização.
Simone fez ainda uma avaliação da campanha salarial. “O Sindsaúde teve um papel decisivo. Antes mesmo da greve, o governo teve que avançar até os 8%, porque a sua proposta inicial era de reajuste zero”, lembrou. Ela destacou a importância das ocupações, que forçaram uma nova audiência com o prefeito. “Foi uma greve muito bonita. Tomamos as ruas, ocupamos a Segelm e depois a Prefeitura. Retomamos o caminho da luta dos servidores da Saúde de Natal, que está apenas começando”, afirmou.
Após a votação, cerca de 50 servidoras foram até à Prefeitura, participar de um protesto pelo Dia Internacional contra a violência à mulher, organizado pelo Movimento Mulheres em Luta (MML). Muitas estavam com maquiagem, simulando hematomas e cortes, para lembrar a violência machista.
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