Fernanda Soares
Fernanda Soares

08/11/2023, 14h


Os trabalhadores e trabalhadoras da saúde do município de Natal amanheceram com muita disposição de luta na capital potiguar. Isso porque, a categoria realizou uma paralisação de advertência nesta quarta-feira (08) para cobrar a pauta de reivindicações. A categoria se concentrou em frente à Câmara Municipal de Natal e acompanhou a audiência pública sobre a data-base dos servidores públicos. A audiência foi promovida pelos vereadores que compõem a Comissão em defesa dos direitos humanos, mulheres, idosos, trabalho e igualdade. Além dos vereadores de oposição, o secretário adjunto da Administração, Pedro Paulo também compôs a mesa representando a prefeitura. 
 
Além da saúde, outras categorias que fazem parte do município de Natal também estiveram presentes. Os servidores e servidoras que não conseguiram entrar, puderam acompanhar a discussão por um telão do lado de fora. A data base é um dos principais pontos de pauta da saúde e, infelizmente, não é cumprida pela gestão do prefeito Álvaro Dias (Republicanos). “Enquanto a prefeitura do Natal não garante um direito garantido por lei, que é a nossa data base, o prefeito, vice-prefeito, secretários e vereadores têm reajuste em seus super-salários”, enfatizou Érica Galvão, diretora do Sindsaúde/RN.
 
Além de não garantir a lei da data base dos servidores, o prefeito Álvaro Dias retira direitos como os quinquênios, mudanças de nível, adicionais e gratificações. A audiência também foi uma oportunidade para o Sindsaúde/RN cobrar o pagamento do Piso salarial da enfermagem como salário base e não como teto.
 
Érica Galvão, que fez sua fala segurando um cartaz que dizia “A saúde está na UTI”, denunciou o descaso da gestão de Álvaro Dias que prefere fazer calçada ao invés de investir na saúde, educação e segurança. “Os serviços mais essenciais estão na UTI. Um prefeito que prioriza calçada ao invés de vida já mostra que não está nem aí para a população”, desabafou. 
 
O diretor do Sindsaúde/RN, Marcelo Antônio também teve a oportunidade de falar e relatou um pouco sobre como é a realidade que os trabalhadores da saúde enfrentam dentro das unidades de saúde. “Eu trabalho em uma UPA dentro de uma trincheira, dentro de um local insalubre, superlotado e subdimensionado. Eu sempre tive um sonho de ser servidor público para melhorar de vida, mas a cada dia que passa a gente vê o descaso da gestão de Álvaro Dias. O prefeito é ditador, coronel, que massacra todos os dias os trabalhadores da saúde.
 
Apesar da audiência ter sido um importante espaço de discussão, o representante do governo não apresentou nenhuma proposta, apenas desculpas. O subsecretário serviu apenas como um canal de escuta e irá repassar os pontos debatidos à gestão. Por isso, reforçamos o chamdo aos servidores para participarem da assembleia da saúde de Natal, com indicativo de greve, no dia 24 de novembro, às 09h, no Sinpol. Não queremos apenas ser ouvidos, queremos ser ouvidos e respeitados.