Fernanda Soares
Fernanda Soares

05/05/2014, 15h


Nesta quarta-feira (7), os servidores municipais da saúde de Extremoz entrarão em greve por tempo indeterminado, com um ato público, às 8h, em frente à Secretaria Municipal de Saúde. A decisão foi tomada na terça-feira da semana passada, 29 de abril, durante assembleia da categoria. Os servidores cobram da prefeitura, entre outros pontos, reajuste de 15% na tabela inicial de vencimentos, o pagamento de promoções atrasadas, condições de trabalho e materiais básicos de higiene para as unidades.

A revisão do PCCS é uma das principais reivindicações da categoria que, além dos 15% de reajuste, também cobra a implantação imediata do retroativo da mudança de nível da tabela do PCCS. A prefeitura alega não ter condições de arcar com as exigências do plano e por isso não vem cumprindo com o PCCS como deveria. Em consequência disso, quatro anos já se passaram desde que o plano foi implantado e ainda não houve nenhuma mudança de nível.

Os servidores também denunciam o déficit de pessoal nas unidades. Em maio de 2013, uma parte dos aprovados no concurso de 2012 foi nomeada, mas o número de convocados – cerca de 90 – não foi suficiente para atender às necessidades da rede e as dificuldades persistiram. Desde então, não houve mais convocações e muitos servidores ainda acabam sendo remanejados para o Programa Saúde da Família, do Governo Federal.

Outro problema que agrava a situação da saúde em Extremoz é a falta de condições e materiais de trabalho. Os servidores denunciam a falta de água potável para os pacientes, além de copos descartáveis, material de limpeza para as unidades, equipamentos de proteção individual (EPI) para os ASGs, além de remédios da farmácia básica.

Segundo Euzuárius Freitas, agente comunitário de saúde e integrante do comando de greve, o setor de endemias vive o seu pior momento, com apenas um ponto de apoio: “a casa onde funciona o ponto de apoio não tem a mínima condição de funcionar, sem falar que estamos sem fardamento e identificação. Por causa disso, a população dificulta nosso acesso às casas, prejudicando o nosso trabalho, que é de prevenção e extremamente importante à comunidade”. Euzuárius conta ainda que a situação dos agentes comunitários de saúde é bastante semelhante ao de endemias.