Na tarde da última quinta-feira (17), os servidores municipais da saúde de Natal deram mais uma prova de força e resistência, durante o ato público contra o leilão do Campo de Libra, a maior área petrolífera do Pré-Sal. Após problemas técnicos nos dois carros de som que acompanhavam a passeata pela Av. Rio Branco (Cidade Alta), os trabalhadores seguiram com o protesto cantando palavras de ordem e paródias críticas contra o governo Dilma e de Carlos Eduardo, mesmo sem microfone.
A passeata foi unificada junto a outras entidades, como CSP-Conlutas, Anel, CTB e Sindpetro-RN e contou também com as presenças dos vereadores Amanda Gurgel (PSTU) e Marco Antônio (PSOL). Outro destaque da passeata foi a boneca Dilmá, representando a presidente Dilma Rousseff, na dianteira da manifestação. A boneca chamou a atenção da população, que parou para tirar fotos.
O dia também foi marcado pelo início da greve nacional dos petroleiros, que paralisaram suas atividades por tempo indeterminado.
Logo após a caminhada, os manifestantes bloquearam a rua João Pessoa e promoveram um ato público unidos em uma só voz. Lideranças sindicais e de movimentos sociais fizeram suas falas usando o método do jogral oral, quando todos os presentes repetem em voz alta a fala do interlocutor, amplificando a mensagem que está sendo transmitida.
O leilão do Campo de Libra está marcado para a próxima segunda-feira, 21 de outubro. Sobre o pré-sal e o leilão, Juary Chagas, da CSP-Conlutas, comentou que “o governo Dilma infelizmente está entregando o Campo de Libra para as multinacionais, tornando essa a maior privatização da história do petróleo no país”. Ele ainda completou dizendo que a CSP-Conlutas dá todo apoio às mobilizações: “precisamos barrar a entrega dos nossos recursos nacionais às empresas imperialistas”.
Já Célia Dantas, diretora do Sindsaúde-RN, acrescentou que os servidores municipais da saúde, em greve desde o dia 15, apoiam a causa dos petroleiros e lembrou à população os motivos da greve da saúde municipal: “estamos em greve por melhores condições de trabalho, segurança e reajuste salarial e o governo Carlos Eduardo não apresentou uma proposta que contemplasse os trabalhadores. Apesar da repressão, a greve cresce a cada dia!”.
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O governo Dilma, que em 2010 afirmou ser “um crime privatizar a Petrobras ou o pré-sal”, está querendo leiloar essa que é nossa garantia de desenvolvimento e crescimento do país por uma bagatela de 15 bilhões de reais, quando se sabe que, em 10 anos, a área de Libra será a maior produtora de petróleo do Brasil, gerando um faturamento de 1,5 trilhão de dólares.
Para termos uma ideia, se não houvesse a privatização, com o dinheiro do pré-sal o Brasil poderia garantir o orçamento de saúde pública por quase 300 anos ou comprar 160 milhões de ambulâncias Samu. Seria possível construir 250 milhões de casas populares e poderíamos promover investimentos na educação pelos próximos 800 anos.
