Muitos colegas destacam o profissionalismo e a disposição de Alberto para cumprir as suas tarefas no setor, e lembram do seu sonho e do seu estudo para conseguir entrar para a faculdade de Medicina. No dia 14 deste mês, Alberto completou cinco anos na saúde do Estado.
SOBRECARGA DE TRABALHO
Muitas mensagens relacionam a morte com a sobrecarga de trabalho nos hospitais. “A engrenagem poderosa do stress e esgotamento decorrentes de um ambiente onde a vida e a morte surgem em suas piores facetas fez mais uma vítima. (...) Aos que dão opinião atrás de uma mesa, muito bem acomodados e do alto de seus cargos, lembro que nesta realidade de caos e abandono da saúde pública, não só os pacientes estão sendo vitimados!”, desabafa um médico do Walfredo Gurgel. “Funcionários cansados, esgotados e infelizes. ambiente péssimo de se trabalhar pela falta de condições e sobrecarga de trabalho. E ninguém muda isso. toda semana é uma nova portaria da sesap nos esmagando”, desabafa outra médica, pelo Whatsapp.
Alberto fazia acompanhamento médico e tratamento com anti-depressivos. Não se sabe se o uso de remédios pode ter causado a sua morte. O resultado do exame toxicológico do Itep será divulgado em 30 dias.
No Walfredo Gurgel, onde Alberto trabalhava desde que entrou no Estado, faltam 256 técnicos de enfermagem, segundo a direção do hospital. O número aumentou 16,36% desde setembro de 2013, quando foi finalizado o relatório do Tribunal de Contas do Estado, sobre a situação dos hospitais, que identificou a carência de 1.990 profissionais.
Com o déficit de pessoal, o resultado tem sido a sobrecarga de trabalho, com servidores atendendo 20 pacientes ao mesmo tempo no hospital e trabalhando 24 horas, dobrando o plantão. Com isso, tem aumentado os casos de atestados, adoecimentos, stress e até síndrome do pânico. “Esse é um dos principais motivos de nossa greve. Muitos servidores já falam abertamente que de nada adianta melhorar o salário, se o dinheiro a mais vai ser todo para pagar remédios”, diz Egídio Júnior, vice-coordenador do Sindsaúde e enfermeiro do Walfredo Gurgel. O sindicato defende a convocação de todos os concursados e mudanças nas regras de plantão.
O Sindsaúde transmite a sua solidariedade aos familiares de Alberto e a todos os seus colegas de trabalho. A melhor forma de homenagear Alberto é permanecermos na luta contra a sobrecarga e a falta de condições de trabalho, para que nenhum servidor adoeça. Alberto, Presente!