Fernanda Soares
Fernanda Soares

15/09/2014, 15h


Mesmo após a suspensão da greve nos hospitais estaduais, a Secretaria Estadual de Saúde permanece sem negociar com os servidores da saúde. Até o momento, a Sesap não marcou audiência e nem respondeu ao ofício enviado pelo Sindsaúde na quinta-feira (11), comunicando a suspensão e solicitando novamente a abertura de negociações.

Em vez disso, o secretário Luiz Roberto Fonseca foi pessoalmente na manhã desta segunda-feira (15) até a Unicat (Unidade Central de Agentes Terapêuticos), que permanece em greve, para intimidar servidores da unidade. Luiz Roberto bateu boca com servidores e diretores do sindicato. Ele afirmou que iria responsabilizar o sindicato pela falta de atendimento. Rosália Fernandes, diretora do Sindsaúde, respondeu afirmando que a falta de atendimento era resultado da irresponsabilidade e incompetência do secretário.

A discussão foi filmada pela TV Ponta Negra, e exibida no Jornal do Dia.

 



Para o sindicato, a atitude é uma forma de constrangimento e de assédio moral. “O secretário de Saúde está escolhendo o caminho do confronto, do autoritarismo, intimidando, coagindo e ameaçando os servidores da saúde. Um secretário não pode desconhecer o direito de greve e perder o controle dessa maneira”, afirma Rosália Fernandes, do Sindsaúde-RN.

Em seguida ao episódio, os servidores foram até o Ministério Público, denunciar o assédio moral, a falta de medicamentos e a falta de pessoal na unidade. O Sindsaúde preparou um relatório, feito a partir das escalas de trabalho, que mostram que a Unicat teve uma redução de 31% em sua força de trabalho de agosto para setembro, com a retirada dos plantões eventuais. “A Sesap está colocando vigilante para trabalhar como atendente. E ainda diz que a retirada dos plantões eventuais não compromete o atendimento. Não é a greve que afeta o atendimento. São os cortes do governo”, afirma Rosália.