Se todas as vezes que o Sindsaúde/RN denunciasse a falta de alimentação por causa da greve dos terceirizados, o governo Fátima Bezerra (PT) investisse em uma alimentação digna para os servidores, já teria trabalhador comendo melhor no hospital do que em casa.
Infelizmente, o sindicato vem a público, mais uma vez, denunciar a grave situação vivida nos hospitais da rede estadual diante do colapso do serviço de nutrição, terceirizado pela empresa JMT. Nesta quarta-feira (17), os funcionários da empresa, responsáveis pelo preparo e distribuição de refeições, entraram em greve no Hospital Walfredo Gurgel, comprometendo a alimentação de servidores e acompanhantes, ficando assegurada apenas a pediatria.
Por lá, o cenário é de guerra: sem os terceirizados, falta nutrição, higienização, lavanderia e maqueiros para transporte de pacientes. São os trabalhos mais precarizados e mais mal pagos. As empresas devem de 4 a 5 meses de auxílio-alimentação, 1/3 de férias e pagam o vale-transporte à conta-gotas.
No Hospital Giselda Trigueiro,por sua vez, os trabalhadores (as) da nutrição deflagraram greve na última terça-feira (16) após meses de atrasos salariais, falta de pagamento de vales refeição e transporte. Como consequência, os servidores (as) da unidade ficaram sem refeição, restando apenas um contingente reduzido de 30% da equipe para atender pacientes.
E sabe o que é pior? A JMT, conhecida por atrasar salários e precarizar condições de trabalho, venceu recentemente a licitação da Prefeitura de Parnamirim, comandada pela prefeita Professora Nilda (Solidariedade), substituindo a Solares, que atuava há mais de 20 anos. A troca, no entanto, em nada melhorou a realidade dos trabalhadores, apenas mudou-se de empresa, mantendo a lógica da exploração e da incerteza.
Diante deste quadro, o Sindsaúde/RN repudia veementemente a postura da JMT e a política de terceirizações do governo do Estado e da Prefeitura de Parnamirim, que só trazem prejuízos para trabalhadores e para a população. O sindicato reafirma a necessidade urgente de concursos públicos para todas as funções na saúde, garantindo estabilidade, respeito aos direitos trabalhistas e um serviço de qualidade para quem mais precisa.
Além disso, como sempre destacamos, os (as) acompanhantes são também prejudicados pela falta de alimentação e o governo tem responsabilidade nisso. “Muitas vezes, as empresas atrasam o pagamento porque existe atraso por parte do governo também. E quando isso acontece não há a aplicação de nenhuma penalidade, como multas, por exemplo”. Chega de precarização! Não aceitaremos que os servidores (as) da saúde e os trabalhadores (as) terceirizados continuem a pagar a conta da negligência e da má gestão.