Fernanda Soares
Fernanda Soares

02/04/2012, 15h


Os servidores da saúde estadual iniciaram uma greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira, 2 de abril. No final da manhã foram chamados para uma negociação com o governo que só apresentou proposta de pagamento do plantão indenizatório e condicionou o cumprimento da proposta a suspensão da greve, o que mão foi aceito pela comissão de negociação. Caravanas de várias partes do estado estiveram presentes no Ato Público desta manhã. Representantes de Pau dos Ferros, Apodi, Jucurutu, São José de Mipibu, Currais Novos, Caicó, Mossoró, entre outros se reuniram no Walfredo Gurgel que também recebeu servidores de outros hospitais e saíram em passeata pelas ruas do Tirol passando pela Unicat, Hospital João Machado e Hemonorte. Nos muitos discursos dos servidores indignados com o descaso do governo houve denúncias graves como o acúmulo de lixo hospitalar, desabastecimento das unidades e péssimas condições de trabalho. Um dos casos lembrados ocorreu já esta semana, no Walfredo Gurgel, quando uma paciente caiu de uma maca quebrada e o maqueiro na ânsia de ajudá-la acabou sofrendo um acidente de trabalho. O sentimento dos presentes era o mesmo de que não dava mais pra esperar a boa vontade do governo em negociar. A situação está se agravando, as perdas salariais aumentando o a greve tem tudo para se fortalecer nos próximos dias. Audiência No final da manhã a comissão de negociação foi convidada para uma audiência com representantes do governo. Participaram como representantes da direção estadual do Sindsaúde Sônia Godeiro, Joaquim Sobrinho, Wilson Farias e Rosângela Baracho e como representantes da base Angela do Walfredo. João Morais (regional Mossoró), Carlos (CES) e Maria José (Santa Catarina). Por parte do governo estavam o secretário de saúde Domício Arruda e de administração Álber Nóbrega. A proposta do governo é efetuar o pagamento dos plantões indenizatórios (R$ 4 milhões) em seis parcelas entre os meses de abril e outubro, pulando o mês de junho (devido ao pagamento do 13°). Entretanto condiciona levar a frente o acordo com a suspensão da greve. A comissão argumento que isso não trata-se de reivindicação e sim do pagamento de uma dívida. Que só negociaria quando houvesse propostas reais quanto as reivindicações. O impasse surgiu também na marcação da nova audiência que o governo só quis marcar para o dia 16 de abril, enquanto que os servidores pediam uma proposta rápida. O secretário de administração foi incisivo ao dizer que tomaria medidas drásticas contra os servidores da educação em greve e que não hesitaria em fazer o mesmo com os demais servidores. Mostrando o posicionamento intransigente do governo. Ambos os secretários se disseram incapazes de avançar nos demais pontos e colocaram a ?difícil situação financeira? do estado e a Lei de Responsabilidade Fiscal como desculpa para não negociar.