Fernanda Soares
Fernanda Soares

09/09/2014, 07h


Os servidores da saúde iniciaram uma greve nesta segunda-feira, 8 de setembro. O secretário estadual de Saúde, Luiz Roberto Leite Fonseca, chamou a greve de “irresponsável, inconseqüente, oportunista, ilegal e completamente motivada por questões políticas”.

O Sindsaúde lamenta as agressões e a falta de respeito do secretário com os servidores, ignorando seu sacrifício e superação diária nos hospitais, diante de todas as dificuldades. Dificuldades que este governo tenta esconder, como no episódio em que mentiu à imprensa sobre a falta de medicamentos na Unicat.

Nossa greve é justa e a responsabilidade é do governo, que deixou de aplicar quase R$ 100 milhões neste ano na saúde e agora tenta transferir a conta aos servidores e a população, com redução de equipes, horários de atendimento, alimentação, medicamentos e cortes de direitos, como o adicional de insalubridade.

Atacar a greve e tentar vinculá-la ao processo eleitoral é somente uma tentativa de eximir-se da responsabilidade sobre o corte nas verbas da saúde, cujo Orçamento encontra-se próximo do mínimo determinado por lei. Enquanto tenta nos responsabilizar por “dificuldades de acesso”, o governo ignora a sua responsabilidade sobre a situação dos corredores do Walfredo Gurgel, uma afronta à lei e a dignidade humana.

Nossa greve não é motivada pelas eleições ou por razões partidárias. Mas sabemos que a falta de verbas não é uma fatalidade da natureza, mas resultado de escolhas políticas, dos que nos governam, e que, infelizmente, escolherem usar os recursos do estado com diárias, publicidade, cargos comissionados, terceirização e com a Copa do Mundo, em um estádio que custa R$ 10 milhões por mês.

Temos responsabilidade com a população. Nossa greve só foi decidida após a Sesap ter demonstrado total insensibilidade com as demandas dos servidores, fechando qualquer possibilidade de negociação. Esperamos que o secretário reabra o diálogo, respeite o direito de greve e abandone o caminho das agressões e ataques contra aqueles que dedicam-se a salvar vidas.

Natal, 08 de setembro de 2014