Fernanda Soares
Fernanda Soares

20/11/2013, 15h


Nesta quarta-feira, 20, o Sindsaúde recebeu a denúncia que o pronto-socorro de Cidade Satélite estava fechado, desde às 4h da manhã.  Os pacientes que chegavam à unidade eram orientados a buscarem atendimento no Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim.  Muitos deles eram idosos e estavam muito debilitados.

A unidade está sem medicamentos - Captopril, Ranitidina, AAS Infantil e Lidocaína - e sem condições de realizar exames - Eletrocardiograma e exames bioquímicos - imprescindíveis para o atendimento na unidade. Segundo a coordenadora médica da unidade, Lindecy Leandro, "Não é só por falta de medicamentos, porque já estamos acostumados a trabalhar sem os medicamentos necessários", diz a coordenadora médica. Segundo funcionários da unidade, já houve casos em que os próprios servidores precisaram juntar dinheiro para comprar o material que estava em falta. "Quando faltam medicamentos, fazemos permuta com as outras unidades para não parar o funcionamento, mas há momentos em que precisamos dar um basta!", diz Lindecy.

Lindecy falou que o pronto-socorro presta atendimento às pessoas em estado grave e se nega a atender sem condições por motivos éticos. "Corremos o risco de um paciente ir a óbito, se atendermos nessa condição em que estamos [sem medicamentos e sem condições de fazer exames]", conta.

Por volta das 11h da manhã, chegaram técnicos para resolver a situação dos equipamentos de exames. Segundo a técnica do eletrocardiograma, o aparelho não estava quebrado, só estava faltando a “canetinha” e alguns cabos para que pudesse funcionar. De acordo com o técnico de informática, o aparelho de dosagem foi desconfigurado devido a uma queda de energia que aconteceu na manhã de hoje, mas que o problema já estava sendo reparado.

A diretora da unidade, Tânia Maria Lopes Farias Correia, falou que o que estava impedindo o funcionamento já estava sendo resolvido, mas, quando questionada sobre a falta de medicamentos, disse que desconhecia a informação e que só estava ciente que faltavam todos os medicamentos orais, mas isso já seria providenciado.

“A situação de falta de medicamentos é recorrente nas unidades. Hoje pela manhã, na Maternidade das Quintas, uma mãe mostrou o braço de sua filha de poucos meses, com vários furos, inchado, porque faltavam as condições necessárias para aplicar a injeção. O profissional de saúde é obrigado a atuar nessas condições, porque a criança precisa receber o medicamento”, conta Célia Dantas, diretora do Sindsaúde. "Nossa greve é por isso, em defesa da saúde", destaca.