Fernanda Soares
Fernanda Soares

30/10/2013, 15h


Os servidores municipais da saúde de Natal realizaram na manhã desta quarta-feira (30) mais um ato unificado junto ao Sindas e ao Sinsenat. Este foi o segundo ato unificado desde a deflagração da greve, há exatamente 15 dias, e contou com cerca de 800 servidores de todas as secretarias municipais, sendo em torno de 350 o número de manifestantes da saúde.

Os servidores percorreram a Av. Rio Branco e se dirigiram à sede da prefeitura, que mais uma vez foi encontrada de portas fechadas para os servidores. Com a chegada dos trabalhadores, Carlos Eduardo rapidamente se ausentou do local, mas antes discutiu com alguns manifestantes e tentou derrubar uma das faixas dos sindicatos, dando uma prova da truculência com a qual o governo atual trata seus servidores.

Durante o ato, Rosália Fernandes, diretora do Sindsaúde-RN, falou sobre a situação dos servidores: “se a situação da prefeitura está complicada, imaginem só a dos servidores, que são obrigados a sobreviver com salários que perdem valor a cada ano. Já são quase 3 anos sem reajuste!”. Os servidores pedem um reajuste de 27,08%, mas a prefeitura só ofereceu 8% para janeiro e não deu garantias de que irá cumprir com a data base em março de 2014.

Na noite de ontem (29), os três sindicatos se encontraram com o secretário municipal de saúde, Cipriano Maia, e com outros representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) durante mais uma Mesa de Negociação do SUS, mas não tiveram acordo. O secretário chegou a dizer que o governo não oferecerá mais do que os 8% para janeiro: “por mais que haja discussão, não teremos um resultado diferente do que já foi proposto”.

Ele ainda afirmou que o fato dos sindicatos cobrarem datas para a realização das pendências da SMS é um problema: “podemos avançar na implantação da insalubridade e do adicional noturno, o problema é que os sindicatos querem datas e só podemos assumir esses pagamentos quando as condições financeiras permitirem”, alegou o secretário.

A secretária-adjunta da SMS, Miranice Crives, ainda comentou que a deflagração da greve passava por cima da mesa de negociação permanente, mas essa afirmação foi rebatida por Simone Dutra, coordenadora-geral do Sindsaúde-RN, que assegurou considerar a Mesa um espaço legítimo de negociação: “é o governo que está tratando este espaço apenas como um espaço qualquer, já que nada realmente avança de fato”, completou.

Agora à tarde, os servidores da saúde do municípios estão reunidos em uma assembleia no Sindsaúde-RN, para dar os informes sobre a Mesa de Negociação de ontem e para planejar os rumos da greve para os próximos dias. A cada dia, a insatisfação dos servidores só cresce e isso está se refletindo nas ruas. A greve é legal e continua firme, ganhando novas adesões.

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