Fernanda Soares
Fernanda Soares

22/10/2013, 14h


Nesta terça-feira, 22, cerca de mil servidores tomaram as ruas do centro de Natal, em um verdadeiro “mar de gente”. Eles percorreram a Av. Rio Branco em passeata, parando o trânsito, e fizeram um ato público durante duas horas em frente à Prefeitura, que esteve fechada. “Foi o maior protesto que esse governo viu até agora. Foi um aviso que é preciso negociar, pois os servidores não irão aceitar o congelamento de salários e o caos na saúde e no serviço público”, afirma Célia Dantas, diretora do Sindsaúde-RN.

A passeata foi unificada, convocada pelos Sindsaúde-RN, Sinsenat e Sindas, que coordenam a greve. Logo cedo, a partir das 08h, as categorias se concentraram no Sindsaúde e em frente ao Sinsenat, se unindo às 09h30, para o início da manifestação.

VEJA A GALERIA DE FOTOS DO ATO

No Sindsaúde, os servidores fizeram cartazes, vestiram os coletes da greve e ensaiaram as músicas da passeata. Nos cartazes, os servidores escreveram os nomes de suas unidades, para mostrar ao governo a força da greve, e também mensagens aos governantes, como “Cipriano, três anos sem aumento é inSUStentável!” ou “Vandalismo é a fila do SUS”.

Em frente à Prefeitura, falaram trabalhadores de diversas secretarias e dos sindicatos, que reafirmaram o compromisso com a greve unificada. O presidente do Sindas, Cosmo Mariz, informou que foi informado pelo titular da Segelm, José Dionísio Gomes da Silva, da intenção da Secretaria Municipal de Saúde de buscar uma negociação em separado com o Sindas e o Sindsaúde. O Sindsaúde e os demais sindicatos rechaçaram qualquer possibilidade da negociação em separado.

“A força da nossa greve está na unidade. Por isso, nós do Sindsaúde, fomos os primeiros a propor a greve unificada e desde então estamos construindo esse movimento. Mas não podemos repetir erros do passado. A greve exige dos dirigentes sindicais maturidade política, prioridade às reivindicações dos servidores e respeito aos fóruns de cada sindicato”, afirmou Simone Dutra, coordenadora-geral do Sindsaúde. “Precisamos reunir os sindicatos, para avaliar o ato de hoje e marcar a próxima atividade unificada”, afirmou.

A vereadora Amanda Gurgel (PSTU) participou da passeata e elogiou a unidade dos servidores. “Vocês estão de parabéns. A cada vez que vocês se unem, ficam mais fortes e o prefeito fica mais fraco. Greve não pode ter picuinha, a base não aceita isso”, afirmou.

As centrais sindicais CSP-Conlutas, CUT , CTB e Nova Central Sindical também participaram do ato, além de sindicatos como o SINDMARN, e a Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (ANEL). Célia Dantas falou em nome da CSP-Conlutas e criticou o leilão do Campo de Libra, realizado nesta segunda-feira, 21. “O petróleo foi entregue às empresas multinacionais. O dinheiro do petróleo deveria ir para a saúde, para a educação, para os salários”, afirmou.

VEJA CENAS DA PASSEATA

Após o ato, os servidores da saúde participam de um protesto em frente à Câmara Municipal, em defesa do passe-livre para os estudantes. Outro grupo foi para o Pronto Socorro Infantil Sandra Celeste, para fortalecer a greve. Nesta quinta-feira, a partir das 09h, os servidores da saúde realizam a atividade “Saúde na Praça”, em frente à Prefeitura, com atendimento à e orientação de saúde para a população.