Fernanda Soares
Fernanda Soares

07/10/2013, 11h


No dia 1º de outubro, durante a paralisação dos servidores da saúde, uma comissão foi recebido pelo chefe de Gabinete Civil da Prefeitura, Sávio Hackradt, e pelo secretário municipal de Saúde, Cipriano Maia. Bastante exaltado, Cipriano afirmou que só compareceu à reunião em consideração ao chefe de gabinete e que estava “desapontado” com a paralisação do dia 1º. Segundo ele era “falta de respeito” a paralisação em meio às reuniões da Mesa de Negociação Municipal. A coordenadora-geral do Sindsaúde, Simone Dutra, disse que o Sindsaúde não se centraliza pela Mesa, mas sim pelas decisões da categoria, e destacou a importância da paralisação para pressionar o governo, que acena com reajuste zero em 2013.

Depois deste encontro, uma nova reunião ocorreu na sexta-feira, 4, com todos os sindicatos.

A PROPOSTA DO GOVERNO

No dia 4, o governo propôs um reajuste de 8% nos salários, a ser pago em janeiro de 2014. O índice equivaleria aos anos de 2011 e 2012 e o valor de 2013 seria discutido em março de 2014, na campanha salarial do ano que vem.

O Sindsaúde destacou que o índice de 8% não repõe nem mesmo a inflação do período, principalmente a dos alimentos, que teve forte alta no período. O próprio governo calcula a inflação deste período em 12,24%.

Os representantes dos trabalhadores questionaram ainda a situação dos servidores de nível elementar, que recebem R$ 510 de salário-base. Mesmo com os 8%, estes trabalhadores continuariam sem receber sequer o valor salário mínimo como salário. Após este questionamento, o governo concordou em pagar uma reposição maior para estes servidores.

Outro ponto foi em relação aos descontos do auxílio-doença. Atualmente, ao adoecer, os servidores têm o salário descontado, passando a receber até um terço do que recebiam. Com isso, muitos precisam voltar a trabalhar, mesmo em tratamento. Ficou acertado que, nos meses de outubro e novembro, os servidores com auxílio-doença receberão o salário integral. Neste período, uma comissão estudaria as regras e uma proposta para o auxílio-doença.

A prefeitura entregará um documento oficial aos sindicatos nesta segunda, 7, com as tabelas de salários.



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CONHEÇA A PAUTA DE REIVINDICAÇÕES ENTREGUE AO GOVERNO

1. Revisão do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos:
a. Reposição salarial no percentual de 27,08%;
b. Equiparação salarial entre técnicos em saúde e assistentes em saúde;
c. Remuneração integral na licença prêmio e licença médica;
d. Mudança de nível;
e. 30 hs sem redução de salarial.

2. Cumprimento da data base;
3. Gratificação de PSF para os ACS’s;
4. Gratificação de campo para os ACE’s;
5. Implantação do quinquênio dos ACS’s e ACE’s;
6. Garantia do pagamento do 1/3 de férias de acordo no mês anterior ao período gozado e sem burocracia;
7. Garantia do Adicional de Insalubridade;
8. Garantia legal do Adicional Noturno que tenha por base as legislações estadual e federal;
9. Implantaç¬ão do Vale-Refeição para os servidores que trabalham dois expedientes;
10. Realização de concurso público;
11. Garantia de segurança nos serviços de saúde;
12. Aposentadoria integral a servidores municipais e municipalizados;
13. Garantia de condições de trabalho em todos os serviços de saúde e órgãos da SMS;
14. Contra a privatização dos serviços públicos.