"No segundo turno, vamos votar contra o autoritarismo, em defesa das liberdades democráticas e os direitos dos trabalhadores!", declarou Rosália Fernandes, coordenadora do Sindsaúde/RN.
Neste domingo, dia 30, o povo brasileiro vai às urnas novamente para eleger o próximo presidente da República. Por isso, a direção colegiada do Sindsaúde/RN se reuniu e aprovou, por ampla maioria, o voto crítico em Lula para derrotar Bolsonaro. Talvez você esteja se perguntando porque uma entidade sindical está declarando sua posição política e até mesmo achando que o sindicato não deve se misturar com política.
Primeiramente, gostaríamos de lamentar esse pensamento e dizer que a nossa luta tem tudo a ver com política. Lutar por melhores condições de trabalho, por valorização, por reajuste salarial e em defesa da saúde pública é um ato político.
Por isso, para nós do Sindsaúde/RN eleger quem vai comandar o Brasil é uma tarefa de grande responsabilidade, principalmente porque acontece em um momento de grande polarização e uma ofensiva às liberdades democráticas. O voto contra Bolsonaro é necessário como forma de derrotar seu projeto autoritário e reacionário. Além da agressiva pauta de sua equipe econômica contra os direitos dos trabalhadores.
Bolsonaro representa uma enorme ameaça às liberdades democráticas. Ao longo de quase quatro anos no poder, defendeu a ditadura militar e práticas abomináveis, como a tortura e o assassinato de opositores. Além disso, seu governo propagou discursos de ódio contra mulheres, Lgbtqia+, negros e negras. Só em setembro deste ano, o aumento da violência contra jornalistas cresceu 250%. Tudo isso, porque o próprio presidente é violento com a imprensa, em especial as mulheres jornalistas. E não poderíamos deixar de citar o último episódio ocorrido no domingo (23), onde seu amigo pessoal, Roberto Jefferson, recebeu a PF com bala e granada. Bolsonaro acredita somente no autoritarismo como forma de governar.
Você sabia que se Bolsonaro vencer, até o nosso direito de mobilização estará ameaçado? Quem em sã consciência acredita que num regime autoritário haveria liberdade, por exemplo, para fazer assembleias e greves por melhores condições de vida? Durante a ditadura militar (1964- 1985), atos do governo brasileiro proibiram a livre organização dos trabalhadores, fecharam sindicatos e impuseram, na marra, aquilo que era a vontade dos empresários. Não é isso que queremos.
Na pandemia de covid-19, o negacionismo de Bolsonaro, o atraso na compra de vacinas e o boicote a medidas preventivas resultaram em quase 700 mil mortes. Enquanto o Brasil tem 3% da população mundial, aqui contabilizamos 11% das mortes relacionadas ao coronavírus no planeta.
Por isso, para derrotar Bolsonaro nas eleições, a direção do Sindsaúde/RN declara o voto crítico em Lula. Mas alertamos que não devemos depositar confiança num futuro governo Lula, nem ter ilusões de que apenas a derrota eleitoral de Bolsonaro acabará com o bolsonarismo. Pelo contrário, ele não apenas continuará existindo, como poderá ser ainda mais forte, lá na frente, se não avançarmos na mobilização, consciência e organização.
Acreditamos que só com luta e a mobilização da classe trabalhadora, é possível construir um projeto de sociedade que combata a fome, a miséria e garanta realmente condições dignas de trabalhado para a classe trabalhadora. Por tudo isso, no dia 30 de outubro, é voto crítico em Lula.