Fernanda Soares
Fernanda Soares

18/04/2022, 16h


Os que necessitam de uma UTI nesta segunda-feira (18), na rede de saúde da Capital Potiguar, estão sendo internados em seis leitos de UTI improvisados nas enfermarias do Hospital Municipal de Natal (HMN), uma vez que a UTI 2 da unidade já se encontra superlotada. Tudo isso porque, a UTI 1 do HMN, que contava com 20 leitos para o atendimento de pacientes com Covid-19, foi totalmente demolida e os pacientes transferidos para o hospital da rede privada,  Severino Lopes, no qual a Prefeitura de Natal comprou 50 leitos clínicos para atender o remanejamento dos leitos do Hospital Municipal de Natal. 
 
Após completar uma semana desde a depredação da UTI 1 do HMN, os pacientes das UPAS e do Severino Lopes que evoluíram para estados mais críticos, começaram a  voltar para o Hospital Municipal de Natal, sendo obrigados a ficar em enfermarias, pela falta de leitos de UTI. O motivo, foi porque o hospital contratado pela gestão de Álvaro Dias (PSDB), não possui uma rede de gases encanadas para pontos de oxigênios e outros gases, muito menos uma equipe multiprofissional, com nutricionistas, para atender a demanda da alimentação enteral (pacientes impossibilitados de se alimentar por via oral). 
 
Essa situação desesperadora, somada a greve legítima da categoria, está gerando um verdadeiro caos na saúde do município. De acordo com o relato de uma servidora que trabalha no Hospital Municipal, o que a SMS e a prefeitura de Natal fez é uma lástima com os pacientes e servidores, “ é uma sacanagem, termos que ver os pacientes passarem por isso, construíram uma UTI super cara na promessa de que esse equipamento ia ficar para a rede de saúde, depois destruíram, pra uma semana depois tá improvisando leito de UTI e leito clínico, e já tá lotado de pacientes, já tem até gente entubada, e não tem nem leito de isolamento respiratório, vai ter que improvisar também”, desabafa a trabalhadora. 
 
Para nós do Sindsaúde/RN, é lamentável a condução irresponsável do desmonte do Hospital Municipal de Natal, no qual põe em risco a saúde das pessoas, além de desrespeitar os inúmeros profissionais que dedicaram anos de suas vidas a essa unidade, e que hoje são obrigados a improvisar - ainda mais - para salvar vidas.