Fernanda Soares
Fernanda Soares

10/07/2013, 19h


De acordo com Zé Maria, da executiva nacional da CSP Conlutas, o Brasil vai viver, nesta quinta-feira, uma das maiores greves nacionais da história recente do país. “Há um processo amplo de preparação que envolve setores operários importantes, como de São Paulo, Osasco, Guarulhos, ABC, São José dos Campos, Campinas, Santos, Minas Gerais, Belém, Fortaleza. Vai ter greve nas obras do PAC, em Belo Monte e em Suape (PE). Vai ocorrer uma greve nacional dos servidores públicos federais, o metrô pode parar em São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre, e rodoviários irão parar em várias cidades”, sinaliza Zé Maria.

Para o dirigente da central, o que explica este novo momento do Brasil, com fortes e massivas mobilizações de rua, é a insatisfação da população com os governos e o modelo econômico que é implementado no país. “A origem da insatisfação que se vê nas ruas é o modelo econômico. O dinheiro que falta para a educação, saúde, moradia e transporte é o dinheiro que o governo passa para os bancos na forma do pagamento da dívida externa e interna. Só no ano passado, foram R$ 750 bilhões que o governo destinou aos banqueiros e especuladores. Recursos para saúde e educação têm, mas estão sendo passados para os bancos”.

Neste sentido, o sindicalista polemiza com as entidades que, por fora das reivindicações aprovadas pelas centrais, tentam desvirtuar o dia 11 colocando como bandeira a defesa do Plebiscito sobre Reforma Política proposto pela presidente Dilma. “Setores como a direção da CUT, da UNE e setores do MST querem desviar as mobilizações que se chocam contra os governos e a atual política econômica, e fazer parecer mobilizações de apoio ao governo e ao Plebiscito. O processo de lutas pretende cobrar dos governos municipais, estaduais e do governo federal o atendimento das reivindicações. As mobilizações, portanto, se chocam contra o modelo econômico que o governo aplica.”

A CSP Conlutas promete, após o dia 11, continuar a impulsionar e organizar os trabalhadores defendendo uma greve geral e um programa que aponte para uma mudança de fundo do país. “Não vai haver dinheiro para educação, saúde, moradia e transporte público enquanto o Brasil destinar metade do seu orçamento para pagar as dívidas externa e interna”, conclui Zé Maria.