Fernanda Soares
Fernanda Soares

15/01/2014, 13h


Na manhã desta terça-feira, 14, os médicos do Hospital Santa Catarina, Zona Norte de Natal, paralisaram as atividades por falta de materiais básicos de trabalho. Segundo o Sinmed, os médicos solicitaram ao Estado medicamentos e materiais necessários para o atendimento há mais de 15 dias e não foram atendidos. Além das dificuldades para a realização de exames laboratoriais e de ultrassonografia, falta lap cirúrgico e de parto, sonar e clamp de cordão.

Nesta quarta-feira, 15, o atendimento foi retomado. Segundo uma enfermeira do Centro Obstetrício, o setor está superlotado e há apenas seis funcionários para atender cerca de 30 pacientes de alto risco e recém-nascidos. Há também pacientes nos corredores esperando atendimento e um dos sonares portáteis está quebrado. Por causa do sonar quebrado, o atendimento está lento.

A superlotação é reflexo da falta de assistência no Estado e Município e do fechamento da Maternidade Leide Morais, cuja reforma estava prevista para ser entregue em outubro e só ficará pronta em março.

Crise na assistência materno-infantil do RN

Em 27 de novembro, o Ministério Público  divulgou o Relatório da Situa­ção da Saúde Materno-Infantil de Natal, com o resultado de visitas em todas as unidades de saúde do município, checando se as gestantes têm acesso a um pré-natal de qualidade.

Em quase todas as unidades, há falta de pessoal, falta de equipamentos, medicamentos e problemas na estrutura física. A falta de medicamentos e a não oferta de exames obrigatórios contribuem para a mortalidade de recém-nascidos.

Segundo o MP-RN, no Rio Grande do Norte, 76% dos óbitos de recém-nascidos e 80% dos óbitos maternos ocorrem por causas que poderiam ser evitadas, a maioria está relacionada à falta de atenção adequada à mulher durante a gestação, no parto e também ao feto e ao bebê.