Fernanda Soares
Fernanda Soares

13/06/2014, 10h


Nesta quinta-feira (12), às 12h, fomos notificados da decisão judicial, determinando o retorno imediato de todos servidores da saúde ao trabalho e a desocupação em até 12 horas da Rua Ulisses Caldas, em frente à Prefeitura, na qual os servidores permanecem acampados desde o dia 2 de junho.

A Procuradoria da Prefeitura utiliza a Copa do Mundo como justificativa para pedir o fim da greve. No pedido, chega a utilizar-se de um possível risco de atentados durante os jogos, para justificar a necessidade do fim da greve. Trata-se de uma decisão claramente política e de um atentado ao direito democrático de greve e de manifestação. A mesma decisão já havia sido tomada para as greves da Guarda Municipal e dos médicos.

Os governos tentam reprimir e proibir as greves e manifestações, para ocultar a escolha que fizeram, em gastar milhões com a Copa do Mundo.

A greve começou no dia 15 de abril, muito antes da Copa. Em todo este tempo, as negociações esbarraram nos “limites orçamentários” da Prefeitura. Mas não há limites orçamentários para a Copa do Mundo. Carlos Eduardo gasta R$ 6 milhões na Fanfest e R$ 1,6 milhões para iluminar a Ponte Nova, enquanto falta até água nas unidades de saúde de Natal. Esta sim é uma decisão política.

Não há justificativas para determinar a volta de 100% ao trabalho, tanto que a decisão não determinou a ilegalidade da greve. Mesmo o exemplo de uma unidade, onde os servidores estariam descumprindo a determinação de manter 50% do efetivo, é um caso isolado e depende de interpretação. Em toda a cidade, o percentual de grevistas está em torno de 35%, menos do que o TJ exigia.

Ou seja, a Prefeitura busca um caso isolado para exigir o fim da greve, não pelo impacto à população, mas para evitar que a opinião pública do Brasil e do mundo tomem conhecimento do que se passa em nossa cidade.

O Sindsaúde irá suspender o acampamento em frente à Prefeitura, em um ato contra a ditadura de Carlos Eduardo.

Nesta sexta-feira, às 10h, faremos uma assembleia para que a categoria, que lutou heroicamente nestes 58 dias, seja informada da decisão do TJ e decida os rumos de nosso movimento.

E, no dia 16, estaremos no Midway, às 16h, para um ato público contra as injustiças da Copa do Mundo.

Sindsaúde-RN