Fernanda Soares
Fernanda Soares

17/06/2014, 13h


Na quarta-feira, 11 de junho, o Sindsaúde-RN teve uma audiência com o secretário Antônio Albert Nóbrega, na Secretaria de Estado de Administração e Recursos Humanos (Searh), para tentar solucionar o problema dos servidores municipalizados, que buscam por isonomia salarial.

Desde 2010, servidores da saúde do estado que foram cedidos aos municípios de Natal e também do interior estão sem reajuste salarial, alguns recebendo apenas o vencimento básico defasado. Ao todo, são 1893 municipalizados, com vencimento pago pelo estado, mas que trabalham em unidades de saúde dos municípios e também em unidades do Programa Saúde da Família (PSF).

A categoria cobra isonomia salarial, ou seja, busca fazer parte da tabela dos demais servidores da saúde, contemplados inclusive com os reajustes conquistados após as últimas greves da saúde estadual, em 2013 e 2014. No final de abril, os servidores chegaram a entrar em greve junto aos servidores municipais de Natal.

Uma das servidoras municipalizadas, que participou da audiência, chegou a comentar o medo que tem de se aposentar: “Atualmente, meu salário base é R$ 870 e eu recebo mais R$ 750 do PSF. Eu já estou perto da idade de me aposentar, mas se eu fizer isso, eu perco o dinheiro do PSF e fico apenas com os R$ 870. Como eu vou viver desse jeito?”, questionou a servidora.

Mesmo após a exposição da situação dos servidores, o secretário Antônio Albert disse que pouco poderia ser feito nesse período de Copa do Mundo, embora tenha reconhecido o problema. Ele também garantiu que não havia recebido o impacto financeiro que o secretário de saúde do estado, Luiz Roberto Fonseca, havia se comprometido a entregar à Searh. O secretário ficou de conversar com Luiz Roberto amanhã, 18 de junho, mas uma nova reunião com os servidores e os secretários ficou marcada somente para o próximo dia 26, após o período de Copa do Mundo em Natal.

“Mais uma vez por causa da Copa do Mundo os servidores da saúde são prejudicados. Teremos que esperar até o dia 26 por uma nova audiência com o governo. Mas iremos nos mobilizar para estar aqui no dia 26. Afinal, são quase 2 mil servidores sofrendo há quase 4 anos com um salário de fome e sem direito a opção”, convocou Manoel Egídio, diretor do Sindsaúde-RN.

A nova audiência está marcada para às 10h, na sede da Searh, no Centro Administrativo.