Francisca Pires
Francisca Pires

06/12/2025, 09h


Uma situação gravíssima tomou conta da rede estadual após as transferências emergenciais de pacientes da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) para o Hospital Santa Catarina. A MEJC precisou esvaziar parte da unidade por falhas elétricas severas, com relatos de choques no chão e queima de equipamentos, mas o problema acabou provocando um efeito devastador sobre maternidades já sobrecarregadas. Inclusive, dado o fechamento da unidade, aumentou consideravelmente a procura de gestantes de baixo risco por atendimento no Hospital Regional de São José de Mipibu.

Neste sábado (6), em São José de Mipibu, a maternidade entrou em colapso. Alojamento I, alojamento II, pré-parto e urgência estão lotados de puérperas, inclusive na porta da urgência. Mesmo após a inauguração com 27 novos técnicos, o número não supriu as necessidades, e 18 novos leitos seguem fechados por falta de pessoal. Segundo o Coren, já havia déficit de 92 técnicos de enfermagem antes da crise, além de falta de profissionais na farmácia, laboratório e setores de apoio.

No Hospital Santa Catarina, referência para gestantes de maior risco, a sobrecarga se intensificou sobretudo nesta madrugada . No entando, já há dois meses, equipes reduzidas fragilizavam o serviço; agora, o fluxo extra torna o cenário ainda mais perigoso para pacientes e trabalhadores.

O Sindsaúde/RN cobra resposta imediata da Sesap: convocação emergencial de profissionais, abertura dos leitos fechados, reforço estrutural e transparência sobre as medidas adotadas. Gestantes e puérperas não podem ser expostas a condições indignas, e os trabalhadores não podem continuar sustentando um sistema que opera no improviso e à custa do próprio adoecimento.