Fernanda Soares
Fernanda Soares

18/07/2013, 18h


Nesta quinta-feira, 18, um grupo de 30 pessoas ocupou a Câmara Municipal de Natal, em defesa do transporte público. Assim que iniciou a ocupação, a Câmara foi isolada, e ninguém mais conseguiu entrar ou sair do local. "Estamos em cárcere aqui dentro", protestavam os estudantes, pela internet. Quem foi apoiar o movimento aguardava do lado de fora, manifestando dali a solidariedade. O Sindicato dos Bancários, da CSP-Conlutas, chegou a levar alimentos, mas foi impedido de entrar.

Eles exigiam a abertura das planilhas de custo do Seturn e uma investigação sobre as empresas, a redução das passagens e o adiamento da discussão e votação da Lei de Licitação dos transportes, prevista para iniciar na segunda-feira, 22. A pedido do prefeito Carlos Eduardo, a Câmara iria aprovar o projeto a toque de caixa, até o final deste mês, com apenas uma audiência com a população.

Lá dentro, os estudantes iniciaram uma negociação com o presidente da Casa, Albert Dickson (PP), e o 1º vice-presidente, Júlio Protásio (PSB) e pelos vereadores Sandro Pimentel (PSOL) e Hugo Manso (PT). A Mesa Diretora assumiu o compromisso de adiar da discussão da licitação, em 100 dias. Segundo o movimento Revolta do Busão, os estudantes pediram 20 minutos para que pudessem discutir o documento do acordo e então assinarem ou propor alguma alteração, como condição para deixar o local. Enquanto o grupo de estudantes analisava o documento, guardas municipais e seguranças atacaram com empurrões e socos. Uma grávida foi atingida com spray-pimenta e um jovem teve o braço quebrado. Ainda o relato do movimento em sua página no Facebook, os jovens se abraçaram e ficaram de joelhos em uma sala, demonstrando que iriam sair. Ainda assim, seguiram sendo agredidos.

O movimento Revolta do Busão convoca um ato público para esta sexta, 19 de julho, com concentração em frente ao Via Direta, às 16h.