Fernanda Soares
Fernanda Soares

09/04/2014, 14h


Na manhã desta quarta-feira (9), os servidores da saúde estadual deram continuidade às atividades da greve, com dois atos públicos na Zona Norte. O primeiro aconteceu no Hospital Dr. José Pedro Bezerra, segundo maior hospital público do estado, também conhecido como Hospital Santa Catarina. Em seguida, os servidores se dirigiram para o Hospital Maria Alice Fernandes, no bairro de Nossa Senhora da Apresentação, que recentemente teve seu pronto-atendimento pediátrico fechado pela Sesap.

No Santa Catarina, os servidores denunciaram os graves problemas pelos quais passa o centro de obstetrícia, que atualmente conta com apenas 4 técnicos de enfermagem para cobrir toda a demanda de urgências, mulheres que se encontram em situação de alto risco e outras que estão se preparando para o parto. Os servidores ainda denunciaram que a UTI geral do hospital só está funcionando com 3 leitos porque não há servidores suficientes que possam dar conta do serviço.

A coordenadora geral do Sindsaúde-RN, Simone Dutra, lembrou que a convocação dos concursados também é um dos pontos de reivindicação da greve: “Estamos lutando pela convocação dos concursados justamente para dotar hospitais como esse de recursos humanos. Não podemos permitir que os trabalhadores continuem sendo espremidos e explorados nessa situação caótica. Hoje no Santa Catarina faltam 80 técnicos de enfermagem e 70 enfermeiros, sem falar nos técnicos que estão sendo desviados para trabalharem como técnicos de laboratório, que também estão em falta”, contabilizou Simone.

Já a técnica de enfermagem da clínica médica do Santa Catarina, Roselene Batista, informou que o hospital se encontra na Semana de Humanização e questionou os propósitos desse evento: “Fala-se tanto em humanização. Mas como ser humanos com tanta sobrecarga de trabalho? O governo não tem sido humano com a gente, coloca sobre nossas costas um fardo que não conseguimos suportar. Que tipo de humanização é essa que eles querem se nos colocam para trabalhar às vezes até sem gaze ou sem lençóis nos leitos?”, questionou a servidora.

Já no Hospital Maria Alice Fernandes, os servidores cobraram a reabertura do pronto-atendimento infantil do hospital. “Esse serviço faz muita falta para a população. Muitas vezes os pais chegam aqui com seus filhos e não conseguem ser atendidos, precisando se deslocar para o Sandra Celeste, no outro lado da cidade”, afirmou Manoel Egídio, vice coordenador do Sindsaúde-RN.

No fim do ato do Maria Alice, um cidadão pediu o microfone para falar e fez queixas à administração da governadora Rosalba Ciarlini: “Eu apoio a greve de vocês e sei que vocês realmente ganham uma miséria! Essa governadora deixou muito a desejar, mostrou a incompetência dela a todos nós!”.